Personal que enterrou esposa no quintal não consegue anular júri

Condenado a 25 anos de prisão, o personal trainer Pabilo dos Santos Trindade, de 36 anos, que matou a esposa e enterrou no quintal, recorreu da sentença, mas a Justiça decidiu manter a pena. O desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques analisou o caso e por unanimidade, a 2ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) negou a maioria dos pedidos da defesa do profissional de Educação Física.

Houve tentativa de anular a sentença, mas para o relator, a decisão do júri popular foi compatível com as provas expostas. “Não há que se falar em decisão manifestamente contrária à prova dos autos quando o Conselho de Sentença acolhe tese compatível com a prova produzida, restando demonstrado pelo conjunto probatório que o apelante matou a vítima”.

A defesa também tentou reduzir a pena de Pabilo, caso a condenação fosse mantida, mas o desembargador manteve as qualificadoras, que fazem aumentar o tempo de prisão.

Para a 2ª Câmara Criminal, o personal cometeu o assassinato por meio cruel (asfixia). Há ainda o agravante que o assassinato foi cometido na presença do filho do casal, que tinha 2 anos. Pabilo também descumpriu ordem judicial de se manter afastado da mulher.

O personal trainer foi condenado a 25 anos e seis meses de prisão durante júri que durou 14 horas, em outubro do ano passado. Ele confessou que, no dia do crime, o casal brigou porque Laís de Jesus Cruz, 29 anos, recusou sexo a três.

O crime - De acordo com depoimento do personal no júri, na manhã do dia 2 de agosto de 2021, ele teria se desentendido com a vítima e depois seguiu até a casa da sogra, onde pegou o filho, foi até o mercado e, na volta, o deixou na creche. O homem voltou para casa, quando iniciou discussão com Laís.

Pabilo afirmou que durante a briga, a jovem teria lhe atacado e por isso, ele a empurrou, fazendo com que ela batesse a cabeça na parede. Pabilo diz não lembrar como a estrangulou e narra que depois, saiu de casa sem rumo. Ao voltar para casa, tomou a decisão de enterrar Laís e então iniciou a limpeza geral no intuito de se livrar das provas, como manchas de sangue e objetos, tentando sustentar sua versão de que sua esposa teria se suicidado.

O corpo de Laís foi encontrado no dia 4 de agosto de 2021, enterrado em buraco aberto nos fundos da residência do casal, na Rua Dolores Terezinha Miranda, Bairro Flávio Derzi, em Sonora - cidade distante 364 quilômetros de Campo Grande.

O personal tentou fazer a família e amigos de Laís acreditarem que ela havia ido embora da cidade e abandonado o filho. Postou no perfil da mulher no Instagram mensagens de despedida e na terça-feira, dia 3, apareceu na casa dos sogros chorando, lamentando o “abandono” da mulher.

A família dela, contudo, registrou o desaparecimento e descoberta do assassinato aconteceu no dia seguinte, quando a polícia foi à casa do casal para investigar o sumiço.