ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, TERÇA  05    CAMPO GRANDE 25º

Interior

Piloto ligado a major Carvalho e Beira-Mar foi alvo de operação da PF

Ilmar de Souza Chaves mora atualmente em Goiânia e foi preso ontem

Helio de Freitas, de Dourados | 07/08/2020 14:01
O piloto Ilmar de Souza Chaves, o “Pixoxó”, ao ser preso em Minas Gerais, em 2010 (Foto: Reprodução/TV Record)
O piloto Ilmar de Souza Chaves, o “Pixoxó”, ao ser preso em Minas Gerais, em 2010 (Foto: Reprodução/TV Record)

O veterano piloto do narcotráfico Ilmar de Souza Chaves, o “Pixoxó”, foi um dos alvos da Operação Cavok, da Polícia Federal, que ontem (6) apreendeu 23 aviões usados por traficantes e sequestrou imóveis avaliados em R$ 40 milhões. Os mandados foram cumpridos em Ponta Porã e Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, e Goiânia (GO).

Com 65 anos de idade, o piloto tem o passado ligado ao narcotraficante carioca Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e ao ex-major da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul Sérgio Roberto de Carvalho, o “Major Carvalho”, condenado a 35 anos de prisão por tráfico e por uso de “laranjas” e empresas de fachada para movimentar dinheiro do crime.

O Campo Grande News apurou que entre os imóveis sequestrados por determinação da 1ª Vara Federal de Ponta Porã está uma fazenda da família de Ilmar Machado, em Goiás. Fontes ouvidas pela reportagem confirmam que o piloto foi uma das duas pessoas presas em Ponta Porã e Goiânia. Entretanto, o local exato da prisão de Ilmar não foi revelado.

Segundo autoridades próximas à investigação, Ilmar Chaves vivia como empresário e fazendeiro em Goiânia, mas estava atuando ativamente no negócio das drogas trazidas de países vizinhos e introduzidas no Brasil através da fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul.

O processo em que foram expedidos os mandados cumpridos ontem está em segredo de justiça. Entretanto, foi possível apurar que no dia 19 de fevereiro deste ano, o juiz da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Bruno Cezar da Cunha Teixeira, determinou o desarquivamento de um caso de 1989. Cópias dos autos e sentenças contra Ilmar de Souza Chaves foram enviadas para instruir inquérito em andamento na delegacia da Polícia Federal em Ponta Porã.

Vida de crime – O passado criminoso de Ilmar de Souza Chaves se confunde com a própria história do narcotráfico na fronteira Brasil-Paraguai. Em junho de 2006, ele foi preso pela polícia paraguaia transportando 195 quilos de cocaína na região de Bella Vista Norte, cidade vizinha de Bela Vista (MS).

No dia 28 de junho daquele ano, Ilmar Chaves foi transferido para a Penitenciária de Tacumbú, em Asunción. Mas ficou menos de sete meses na cadeia. Em janeiro de 2007, fugiu de Tacumbú após pagar R$ 15 mil de propina a autoridades paraguaias.

Em maio de 2007, o piloto voltou para a cadeia. Foi preso em Goiás na companhia de Ubiratã Brescovich, o “Cheiroso”, ligado a Beira-Mar. Chaves usava naquela época o nome de Eduardo José de Araújo. Ambos foram citados na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Narcotráfico.

Mesmo já condenado na época, Ilmar Chaves passou pouco tempo na cadeia. Em julho de 2010, foi preso de novo, dessa vez no interior de Minas Gerais. Naquele ano, ele morava em Campo Grande.

Ilmar Chaves foi flagrado em uma pista abandonada da Usina Peixoto, no distrito de Ibiraci. As coordenadas do avião Cessna modelo 210 revelaram que ele tinha levantado voo de Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

Entretanto, segundo a polícia mineira, a droga levada na aeronave já tinha sido colocada em uma caminhonete D20 vermelha. Dois homens que estavam na caminhonete conseguiram fugir levando a cocaína.

Ilmar também tentou fugir, mas a polícia colocou a viatura no meio da pista e impediu a decolagem. Na aeronave foram encontrados pacote de folhas de coca e dois tambores com éter – produto usado no refino de cocaína.

Em entrevista a emissoras de TV no local da prisão, Ilmar Chaves negou que tivesse transportado drogas. Afirmou ter decolado de Campo Grande com destino a Araguari (MG). “Estão achando que isso aqui é éter, mas é gasolina de avião”, afirmou o piloto em entrevista à TV Record de Minas Gerais, algemado e sentado no chão, ao lado do avião.

Um dos 23 aviões de traficantes apreendidos ontem na Operação Cavok (Foto: Divulgação)
Um dos 23 aviões de traficantes apreendidos ontem na Operação Cavok (Foto: Divulgação)


Nos siga no Google Notícias