Protesto cobra sindicância em hospital onde mãe e bebê morreram
Bebê de 32 semanas faleceu ainda no ventre da mãe e horas depois, ela também morreu
Expectativa é de que ato pacífico de indígenas hoje à tarde em frente ao Hospital Regional de Aquidauana renda frutos e a unidade abra investigação para descobrir se houve negligência na morte de mãe e filho no dia 13 de março no local.
Como contou o Campo Grande News aqui, Ruthe Luiz Mendes, de 38 anos, deu entrada no hospital em 12 de março com o pequeno Raviel ainda em seu ventre. Após demora em receber atendimento adequado, bebê acabou morrendo horas depois de chegar ao hospital, mas a retirada ocorreu apenas no dia seguinte, quando a mãe também morreu.
Em vídeo do protesto transmitido nas redes sociais e em carta de repúdio pelo que classificam como negligência, movimentos indígenas e Elciney Ciney, marido e pai de Ruthe e Raviel pedem justiça.
Para ele, há muitas perguntas sem respostas, a começar pela ausência de um operador de ultrassom que pudesse fazer o exame em sua esposa na noite do dia 12 – as imagens só foram coletadas no outro dia cedo, com a criança já morta no útero da mãe – e a razão de não terem enviado Ruthe para Campo Grande, já que ao menos ela poderia ter sido salva.
“Não podemos aceitar que um hospital regional de referência na região, não tenha um técnico de plantão para efetuar os exames de ultrassom”, lamenta a nota, que sustenta ainda que ambas as mortes poderiam ter sido evitadas caso a assistência adequada tivesse ocorrido.
Indignado e revoltado, Elciney afirma que vai abrir ação na Justiça para que seja feita investigação no hospital, mesmo tendo o médico que prestou atendimento à Ruthe e a Raviel sido afastado.
O hospital não respondeu aos questionamentos da reportagem porque a parte administrativa atende apenas em horário comercial.