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Réu por roubo de aeronave passa a responder processo em liberdade

Mandado de soltura provisória foi expedido dia há três dias por não estar presentes requisitos para prisão

Mirian Machado | 15/03/2021 13:09
Idevan de regata vermelha ao lado do piloto Edmur quando prestaram depoimento em julho de 2019(Foto: Arquivo/Kisie Ainoã)
Idevan de regata vermelha ao lado do piloto Edmur quando prestaram depoimento em julho de 2019(Foto: Arquivo/Kisie Ainoã)

A Justiça de Paranaíba concedeu liberdade provisória a Idevan da Silva Oliveira de 53 anos, suspeito de ter participado do roubo da aeronave CESSNA Aircraftt, modelo T182T, PR-NAL em junho de 2019 na cidade. Idevan trabalhava como vigia do aeroporto e teria forjado ser rendido pelos bandidos.

Ele estava preso preventivamente desde 18 de junho de 2019. Atualmente seguia em prisão domiciliar, porém foi feito pedido de revogação da prisão por não estar presentes requisitos para mantê-la.

O Ministério Público foi contra, porém a juíza Nária Cassiana Silva Barros da comarca de Paranaíba, entendeu que ele tem residência fixa e ocupação lícita e deferiu o pedido de revogação da prisão preventiva concedendo a liberdade provisória.

O mandado de soltura foi expedido dia 12 de março e a partir de agora Idevan deve comparecer em juízo todos os dias 10 de cada mês, além de não ficar fora da cidade por mais de 8 dias ou mudar de endereço sem comunicar a justiça e fica proibido também de comparecer a bares.

Idevan é acusado juntamente de Edmur Guimara Bernardes, 79 anos e Adevailson Ribeiro, 47 anos, por organização criminosa, tráfico internacional de drogas, sequestro, falsa comunicação de crime, subtração de aeronave entre outros, após o roubo da aeronave 2019. Ambos entraram em contradição na frente da juíza ao negar os crimes durante interrogatório no mês passado.

O avião que foi usado no crime em fase de processo criminal. (Foto; Arquivo)
O avião que foi usado no crime em fase de processo criminal. (Foto; Arquivo)

Trabalhando há 12 anos no aeroporto, durante interrogatório no dia 26 de fevereiro, Idevan contou que no dia do crime chegou para trabalhar as 6h. Cerca de 30 minutos depois foi rendido por dois bandidos encapuzados. “Disseram que não iam me roubar, mas que era pra eu colaborar, que eles queriam pegar o 'cara da cana'. Me ameaçaram e ameaçaram minha família se caso eu fizesse retrato falado”, contou.

Os bandidos teria falado ainda que já mandaram pegar o Edmur para fazer um transporte e disseram que o piloto voltaria na hora do almoço.

“Eu não vi ninguém. Não sai da estação. Vi apenas a caminhonete do Edmur chegar. Depois me amarram com o fio de um mouse e as minhas pernas amarraram com uma extensão”, disse, confrontando o que foi dito pela delegada. “Tinha sim esses objetos lá porque o local serve também como deposito da prefeitura. Tem muita coisa antiga lá”, contou.

“Escutei depois o avião saindo e após 10 minutos quieto consegui me soltar. Achei um molho de chaves que tinha lá dentro e forcei e abri a porta e chamei a polícia”, diz.

O relato do vigia , foi um pouco contraditório, segundo a delegada responsável pela investigação do crime, Ana Claudia Medina da Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado). ldevan relatou que foi amarrado com fio de mouse, porém no local sequer havia computador. “Ele não conseguiu demonstrar a situação durante reconstituição”, afirmou Medina. Dentro da aeronave a polícia ainda encontrou o celular de Adevailson com imagens mostrando a interação dos bandidos.

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