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Interior

Velório de vítima de chacina é marcado pela dor da mãe e perplexidade dos amigos

“Encantadora”, definiu amiga sobre douradense que estudava Medicina e foi vítima de pistoleiros

Helio de Freitas, de Dourados | 10/10/2021 12:10
Amigos e familiares no velório de Kaline Reinoso, hoje em Dourados. (Foto: Aliny Fernandes)
Amigos e familiares no velório de Kaline Reinoso, hoje em Dourados. (Foto: Aliny Fernandes)

"Encantadora e sempre com sorriso no rosto". Para os amigos, assim era Kaline Reinoso de Oliveira, a douradense de 22 anos morta na chacina com quatro vítimas, na manhã de ontem (9), em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã (MS).

O corpo de Kaline é velado hoje, no Memorial Pax Primavera, na Avenida Weimar Gonçalves Torres, região leste de Dourados (cidade a 233 km de Campo Grande). O enterro será às 13h, no Cemitério Parque Primavera.

Ao lado do caixão, em prantos e amparada pelo marido e padrasto de Kaline, a mãe da estudante de Medicina não quis falar sobre a filha. Foram os amigos que contaram parte da história que tiveram na breve vida da jovem, morta no local onde buscava realizar o sonho de ser médica.

“Encantadora”, disse Tainara Alvares, 23, amiga de Kaline há oito anos. Segundo ela, Kaline sempre foi animada, alto astral, do tipo “topa tudo”, quando não queria apenas "ficar na dela vendo Netflix".

Tainara contou que na noite antes da execução, a futura médica mandou vídeo se produzindo para a festa em que ia na madrugada. "Ela nunca foi de sair para uma festa na madrugada, mas naquele dia, ela foi", disse Tainara, chorando.

Roberto Vinicius Teixeira, amigo de Kaline há oito anos, disse que a lembrança é dela sempre com sorriso no rosto.

Inconsolável, Letícia Santos, 23, contou que a acadêmica de Medicina ainda não sabia a especialidade médica, mas estava animada por fazer o curso dos sonhos. “Fazia só um mês que ela havia mudado para Pedro Juan”, disse ela.

Letícia contou também que ela e outros amigos iam passar o feriado em Bonito. A viagem aconteceria no dia em que Kaline foi executada. Além dessa viagem, a jovem iria passar as festas de final de ano em Camboriú (SC), com o mesmo grupo de amigos.

A estudante de medicina Kaline Reinoso, morta em chacina na fronteira. (Foto: Reprodução)
A estudante de medicina Kaline Reinoso, morta em chacina na fronteira. (Foto: Reprodução)

A chacina – Kaline Reinoso de Oliveira foi atingida por 14 dos 110 tiros de fuzil disparados por três criminosos contra uma SUV da Toyota, estacionada em frente ao local da festa, em Pedro Juan Caballero.

Além dela, morreram Haylee Carolina Acevedo Yunis, 21, filha do governador de Amambay, Ronald Acevedo – atingida por seis tiros – a também brasileira Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, 18, ferida por dez disparos e Osmar Vicente Álvarez Grance, o “Bebeto”, 32, atingido por 31 tiros de fuzil. Um rapaz e outra mulher ficaram feridos.

Osmar seria o alvo dos pistoleiros. Segundo a polícia paraguaia, apesar de não possuir antecedentes criminais, ele era suspeito de ligação com o narcotráfico.

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