Mãe de Eliza diz não acreditar em revelações de irmão de Bruno
Para ela e advogada, "novidades" são apenas uma manobra para tumultuar processo e tirar o foco do goleiro
As declarações do irmão do goleiro Bruno Fernandes, que afirmou ter visto a morte de Eliza Samúdio e saber onde os restos mortais foram escondidos, são apenas uma manobra para tentar “tumultuar” o processo e criar novas expectativas à família, segundo a advogada Maria Lúcia Borges Gomes, que defende Sônia Moura, mãe de Eliza e quem ficou com a guarda do Bruninho, filho do ex-jogador com a modelo assassinada.
“É muto estranho isto aparecer somente agora. Por que ele não falou isso na época que tudo surgiu? Acreditamos que estão procurando um bode expiatório, pois o irmão já está preso. O Bruno já foi condenado, mas estão recorrendo da decisão e isso pode ser usado para tirar o ônus do Bruno. Acreditamos que seja uma manobra”, afirmou a advogada.
Ainda sem muitos detalhes do depoimento de Rodrigo Fernandes das Dores de Sousa, 27 anos, a defesa não pode se manifestar de uma forma mais clara. “Ele disse que viu e sabe onde está, mas não apontou o lugar. Temos que esperar os próximos desdobramentos e que ele prove o que está falando. Durante todo o julgamento esse cara nunca apareceu. Se tivesse fundamento, isso já teria aparecido antes. Estão fazendo a Justiça de palhaça e todos de besta. Cada vez sai uma notícia nova sobre onde estão os restos mortais. Temos que aguardar o desfecho e ele se explicar”, continua Maria Lúcia.
Sem querer dar entrevista, Sônia vive em Campo Grande e também acredita que essas novas notícias são uma forma de alterar o andamento do processo. “Conversei com ela logo que saíram essas informações. Ela acha que é a mesma situação e não acredita nisso tudo. Além da condenação, que já ocorreu, ela queria que a Justiça obrigasse que ele (Bruno) falasse onde colocou o corpo da Eliza, mas isso não há como ser feito”, completou Maria Lúcia.
Revelações – Nesta segunda-feira (4), o irmão do goleiro Bruno, Rodrigo Fernandes, que está preso no Piauí por suspeita de estupro, afirmou ter visto a morte de Eliza e saber onde os restos mortais da modelo assassinada foram escondidos. Em seguida, ele disse não poder dar mais detalhes até que seja incluído no programa de proteção à testemunha, pois tem medo de morrer.
Rodrigo ainda afirmou que a facção criminosa carioca Comando Vermelho e o grupo PCM (Primeiro Comando do Maranhão) também estariam envolvidos no crime contra Eliza.
O caso está sendo investigado em conjunto pela Polícia Civil de Minas Gerais, onde o crime ocorreu, e pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. A corporação mineira afirmou que recebeu o depoimento de Rodrigo, realizado pela Polícia Civil do Piauí, mas que não há em seu conteúdo o local exato de onde estariam escondidos os restos mortais de Eliza. Sem essa informação, a investigação continua parada e nenhuma diligência deve ser realizada por enquanto.