MS é citado como estado de risco para 'exportação' de febre amarela
Não houve confirmação da doença em animais este ano no Estado; OMS faz um alerta para a possível circulação do vírus na América Latina
Mato Grosso do Sul, Paraná e Roraima foram citados em um boletim da OMS (Organização Mundial da Saúde) como possíveis 'exportadores' do vírus da febre amarela, através de animais. De acordo com a Agência Brasil, a organização faz um alerta para a possível circulação da doença na América Latina.
A OMS faz o alerta para o risco de países vizinhos ao Brasil apresentarem casos de febre amarela. A ocorrência da doença em animais em Mato Grosso do Sul, vizinho do Paraguai e da Bolívia; em Roraima, fronteira com a Venezuela; e Paraná, próximo a Argentina e Paraguai, "representam um risco de circulação do vírus até esses países, sobretudo nas áreas com o mesmo ecossistema", diz boletim.
Segundo a organização, casos do vírus foram notificados em macacos. De um total de 1.202 animais mortos, 259 foram confirmados com febre amarela. Além das regiões fronteiriças, foram notificados casos em animais em Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Espirito Santo, São Paulo, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.
De acordo com a SES (Secretaria do Estado de Saúde) ainda não foram confirmadas mortes de macacos pela doença este ano. Os óbitos de quatro macacos na área rural de Aparecida de Taboado – a 481 km de Campo Grande – são investigados. Mosquitos coletados nas matas do município foram enviados para testes no Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA), mas o resultado deve sair só no fim do mês.
Há também um caso em Corumbá – a 417 km da Capital – que está sendo apurado pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) local. Contudo, a princípio, segundo informações do órgão, testes clínicos favorecem o descarte da infecção e levantam a hipótese de maus-tratos.
Mesmo com o alerta, a OMS destaca que até essa quinta-feira (2), somente foram confirmados casos em humanos no Brasil. Colômbia e Peru registraram possíveis casos.
A OMS recomenda que os países mantenham os profissionais de saúde atualizados e capacitados para detectar e tratar os casos. "A medida mais importante de prevenção da febre amarela é a vacinação", diz o boletim.
Casos - De acordo com o Ministério da Saúde, até esta sexta-feira (3), foram notificados 921 casos suspeitos de febre amarela. Do total, 702 casos permanecem em investigação, 161 foram confirmados e 58 descartados.
Dos 150 óbitos notificados, 60 foram confirmados, 87 ainda são investigados e 3 foram descartados. Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, São Paulo e Tocantins continuam com casos investigados e/ou confirmados.