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Em Pauta

A crise do gás da Bolívia e as más notícias para os novos governantes

Mário Sérgio Lorenzetto | 08/01/2015 08:00
A crise do gás da Bolívia e as más notícias para os novos governantes

O fim da bonança do gás

Para os bolivianos, a bonança do gás acabou. Após uma década de bonança econômica por causa dos altos preços do gás, a Bolívia já se prepara para um período de "vacas magras". O problema é que o preço do gás está atrelado ao do petróleo, que está em franco declínio devido ao excesso de oferta no mercado internacional.

"A crise vai nos afetar. Agora vamos ver se somos uma revolução ou não", disse o Presidente da Bolívia, Evo Morales. E deixou bem claro: " Quando temos grana, somos todos felizes e contentes. Mas precisamos estar preparados para a crise".

Desde o início do governo Morales, em 2006, as exportações de gás natural somaram cerca de US$ 30 bilhões. Devido ao preço e à quantidade de gás, o governo Morales conseguiu alcançar um crescimento econômico de 5,5% no ano passado, só perdendo para o Panamá na América Latina.

Todos os analistas afirmam que a Bolívia está bem preparada para o fim do boom do gás e que, ao contrário da Venezuela, que está à beira do caos, os bolivianos suportarão pelo menos dois anos de preços baixos, pois tem um bom colchão financeiro e vem investindo pesado em infraestrutura. Morales adotou uma política econômica ortodoxa e manteve as contas do país em dia. E sua política social é tão ampla quanto a brasileira.

Além de ser um bom exemplo para o governo Dilma de como administrar as finanças de um país, o mais preocupante é a crise do preço do gás para os cofres do governo do Estado do Mato Grosso do Sul. Com as secas do Sudeste brasileiro, o gás boliviano vem sendo bombeado "full" no jargão dos especialistas, isto é, estão bombeando continuamente o máximo que é possível. Isto equivale a aproximadamente R$ 70 milhões a R$ 80 milhões para os cofres do governo estadual, mas, devido às variações de bombeamento e do dólar, já chegou a R$ 40 milhões. Obedece a uma fórmula que leva em conta a cotação de combustíveis derivados de petróleo negociados na Holanda, no Mediterrâneo e no Golfo do México. É reajustado a cada três meses. Não resta dúvida que, já a partir de janeiro, o Brasil pagará um valor mais baixo pelo gás boliviano que só está se segurando pela alta do dólar em relação ao real. Má notícia para os novos governantes.

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Só o Papa para conseguir a saída marítima para a Bolívia

O Papa Francisco definiu que a nova igreja preconizada será mais tolerante. Também acaba de resolver que dará prioridade a países periféricos e realizará uma "faxina" na bagunça do Vaticano. A outra tentativa papal diz respeito a uma missão perdida pela Igreja Católica desde o período medieval - a de ser um instrumento eficaz na resolução dos problemas entre os países (um embaixador agindo nos bastidores dos poderosos do mundo).

O Presidente boliviano Evo Morales revelou que o Papa Francisco pediu à Bolívia informações sobre sua centenária demanda marítima ao Chile. La Paz reivindica, junto a Santiago, parte de seu litoral, que perdeu em uma guerra no fim do século XIX, quando teve de ceder ao Chile 400 quilômetros de seu antigo litoral e 120 mil quilômetros quadrados de seu território. A paz entre os dos países, que estavam em guerra, foi selada em 1904, definindo novas fronteiras.

Talvez haja algum interesse direto na possibilidade da Bolívia ter a sua tão almejada saída para o mar. A tão almejada via oceânica com partida em Corumbá, esquecida por todos, voltará a ser idealizada. O asfaltamento entre Puerto Quijarro (vizinho de Corumbá) e Santa Cruz de la Sierra é apenas uma parte dessa via. A outra, muito mais difícil de ser concretizada, é a ampliação do número de pistas e construção de túneis entre Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba.

São quatro fatias, quatro estradas bastante distintas. A primeira, P.Quijarro a S.Cruz, está concluída e entregue às moscas e a um número irrisório de transeuntes e caminhões (o futuro determinará se não passou de uma jogada de marketing do petismo nacional e estadual). A segunda etapa necessita de um investimento fantástico para a riqueza boliviana, que possibilitaria o tráfego pesado de caminhões entre Santa Cruza e Cochabamba. A terceira fase, entre Cochabamba e La Paz, necessita de menores investimentos e a última etapa, que ligaria La Paz a algum ponto no litoral, é um sonho, talvez realizável com uma embaixada milagrosa do Papa Francisco.

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A revolução bolivariana está em marcha no Brasil

Começou a revolução bolivariana. Joaquim Levy assume o Ministério da Fazenda e a Katia Abreu ficou com o Ministério da Agricultura. Levy estatizará todos os bancos

instalados no país e a Katia Abreu se encarregará de desapropriar todas as fazendas para entregar ao MST e ao CIMI, que administrará as terras dos indígenas. O Ministro Gilmar Mendes será conduzido ao cargo a ser criado de "Oráculo do Século XXI".

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Campo Grande precisa de investimento privado para melhorar mobilidade

Até prova em contrário, é pura lenda a resolução dos problemas de congestionamento do trânsito em suas ruas e avenidas. Não existe dinheiro disponível em Brasília e muito menos nos cofres da Prefeitura.

Uma grande quantidade de municípios entendeu a situação e realizou parcerias público-privadas para solucionar o caos provocado pelo excesso de automóveis. Quase 60% dos investimentos nos projetos de mobilidade urbana estão sendo realizados por empresas que dividem a responsabilidade com o poder público. A participação do setor privado nessas obras mostra uma clara tendência de diminuição do papel do poder público como o principal responsável pela construção da infraestrutura de transporte nas cidades. A expectativa é que a mudança de conceito ajude a acelerar o andamento das obras. A construção de um BRT ou transporte similar só sairá do papel com o auxílio da iniciativa privada. O resto é lenda.

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Valorização dos imóveis cai pela metade

Enquanto em 2013 o preço por metro quadrado subiu 13,7%, no ano passado, o aumento foi de apenas 6,7%. Se colocar o índice inflacionário, o aumento real do preço dos imóveis fica próximo do zero. As informações são do índice FipeZap, o melhor do país. É a menor valorização anual desde o início do acompanhamento pelo FipeZap, em 2002.

Apenas Goiânia, Vitória, Campinas, Niterói, Vila Velha, Belo Horizonte, Fortaleza e São Bernardo do Campo tiveram aumentos reais consideráveis de 3% a 4%. Campo Grande não surge na lista das cidades acompanhadas, mas nada leva a crer que exista alguma diferença do resto do país.

O Rio de Janeiro continua com o metro quadrado mais caro do país chegando a R$ 10.893,00. Em seguida vem São Paulo, com R$ 8.351,00 e Brasília que chegou ao valor de R$ 8.143,00. A média nacional do preço por metro quadrado está em R$ 7.537,00.

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