Eleições Estaduais: vem aí André x Zeca do PT, o embate final
As notícias e as pesquisas, até o momento, colocam na disputa do governo estadual cinco postulantes: André, Riedel, Zeca do PT, Marquinhos Trad e Rose. Mais de 90% dos políticos não acreditam que Marquinhos e Rose conduzirão suas candidaturas até a data final. Sabem que Marquinhos tem de eleger Fábio Trad, seu irmão, e o ex-juiz Odilon para a Câmara Federal. Ainda que com uma boa administração da prefeitura, Marquinhos é o único nome do futuro político do Estado. Ainda não surgiu um só político que possa enfrentá-lo nas eleições de 2026. O futuro a Marcos Trad pertence. Candidatar-se agora, equivaleria ao "all-in" do poker, um "tudo ou nada" bafejando o suicídio político. Rose, por outro lado, tem sua reeleição à Câmara Federal garantida. Almeja, em verdade além de reeleger o irmão, a cadeira de prefeita da Capital. Coloca seu nome à governadora, neste momento, como estratégia midiática e para acertos futuros. Trad e Rose correm livres, leves e soltos rumo ao governo em 2026, e à prefeitura, em 2024, respectivamente.
Os bastidores indicam que Azambuja acertou a candidatura de Zeca do PT.
Zeca do PT andava sumido. Após a derrota acachapante para o Senado, refugiou-se em um sítio localizado em Sidrolandia, e no pesqueiro de Porto Murtinho. Ressurge com os ecos, na esteira da campanha presidencial de Lula. Primeiro flertou com Azambuja, prometendo bater em André, mas não foi ouvido. Voltou seu charme conquistador para os irmãos Trad. Novamente não teve guarida. Mas o temor da vitória de André no primeiro turno, em um embate apenas contra Riedel, fez a roda da história retroceder. Azambuja indica, para os mais próximos, que teria acertado a candidatura de Zeca do PT. A missão seria trovejar para cima de André e assim levar a disputa para o segundo turno. O famoso "três cantos" estaria armado.
Azambuja, o rei dos três cantos.
Não é desprezível esse movimento de acertar com um aparente adversário para vencer um terceiro. Azambuja foi vitorioso montando essa jogada com Nelsinho Trad. Montou uma dupla com o Trad para derrubar a então forte candidatura de Delcídio. E repetiu a dose na reeleição. Com o propagandeado apoio de um juiz, desafeto de Odilon de Oliveira, descobriu o escândalo do cofre, calcanhar de Aquiles do ex-juiz. Odilon passou de acusador a réu. Uma das maiores derrotas políticas vividas pelo Mato Grosso do Sul. Azambuja é perito no jogo de bastidores. A memória indica que o atual governador não tem barreiras para construir alianças com os petistas. Todos recordam da chapa frustrada: Delcídio para governador e Azambuja para senador.
Um cordeiro entre dois Tiranossauros Rex
A candidatura de Riedel faz parte da histórica vertente do burocrata que veste o manto político. Tudo começou com Filinto Müller e João Leite Schimidt "inventando" a candidatura de Pedro Pedrossian contra Ludio Coelho. Pedro era apenas um burocrata da rede ferroviária. Continuou. A seguir, forjaram o mandato do burocrata Harri Amorim. A seguir, veio a de Marcelo Miranda. Mas a história de sucesso dos burocratas entraria em coma com Ricardo Bacha. E encontraria um final infeliz com Edson Girotto. Todos burocratas de estradas. Tentam, agora, forjar o "Riedel das estradas". Um cordeiro sem aptidão para virar leão, em um tempo onde as estradas tem pouca importância. André e Zeca do PT são leões que viram Tiranossauros Rex no primeiro segundo da campanha. Vem aí André x Zeca do PT, o embate final.
André sempre vence Zeca do PT, mas perde para Lula.
A história mostra que André venceu o PT estadual e municipal em cinco eleições. A eleição que ninguém esquece, André contra Zeca para a prefeitura de Campo Grande, criou a polaridade eterna. André continuou vencendo o PT contra Ben Hur, Vander, Delcidio e, novamente, Zeca do PT. Mas há um fato inegável: André nunca venceu Lula. E nem mesmo o poste Dilma. Zeca do PT, a continuar esse histórico, estaria se assenhoreando das dezenas de cargos federais no Mato Grosso do Sul. Não os entregaria para Marquinhos Trad, representante de Kassab, um dos homens fortes de Lula.
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