Sobe rampa, desce rampa. O ataque requer outra resposta
O ano de 2023 começou com uma noticia tétrica. Vândalos destruíram os principais prédios de Brasília. Prisões, acusações, lotam o noticiário. Culpados de montão. Políticos e sua tradicional verborreia melosa. Mas, onde está a essência dessa horda bárbara? Culpar ideologia e política é enxergar o superficial, a mesmice de sempre, a resolução de graves problemas com a cadeia, fugir do debate que pode apontar para um futuro próspero.
A qualidade da educação.
Entre os vândalos há perfis diversos. Uns executam as barbáries: bloqueiam, invadem, quebram, agridem. Outros manipulam e mobilizam: reenviam vídeos vandálicos, articulam, estruturam. E, dizem, há os que financiam. Sobre esses, não há nem sinal. Garantem que pertencem a uma elite empresarial, política... se existirem, são fantasmas. A questão fundamental, todavia, é outra: a qualidade da educação.
Destroem e clamam amar a pátria.
A baixa qualidade da educação dos executores da destruição é evidente. É difícil acreditar. Se manifestaram contra símbolos que representam, também, eles mesmos e os possíveis membros da elite civil-militar que entendem como aliados. Destruíram móveis, cultura, espaços, instituições que os representam. Esses símbolos equivalem a milhões de reais do patrimônio da pátria que, contraditoriamente, esses executores clamam amar. Gente tosca, grosseira, inculta.
Órfãos do Estado, reféns do narcotráfico e do evangelismo.
Há muito tempo as periferias das cidades foram ocupadas pelos narcotraficantes. Muito blá, blá, blá dos políticos e nenhuma ação foi tomada. A horda que atacou Brasília vem desse estrato de órfãos dos governantes. Sem nenhuma malignidade, mas com a mesma capacidade de inserção social, os evangélicos passaram a disputar esse espaço periférico abandonado. Interessante perceber que disputam sem conflagração.
Se tornam evangélicos.
Há uma grande quantidade de ex-narcotraficantes que agora lideram projetos sociais. Boa parte deles se tornam evangélicos. O processo de conversão é tão potente que alguns chegam a desmaiar nas cerimônias de conversão ao evangelismo. As igrejas evangélicas, cujos objetivos não são transparentes, souberam aproximar-se do povo órfão. Tem a humildade de falar sua linguagem. Resolvem problemas. Restruturam famílias. Recuperam dependentes de drogas e de álcool. Geram renda para esses órfãos. Arrumam emprego, incentivam novas pequenas empresas. Apoiam. Os católicos vem perdendo esse espaço. A esquerda o perdeu há muito tempo, transformou-se em cargos em comissão de governos. Os reis das boquinhas. Sobe rampa, desce rampa. O Brasil continua o mesmo país, perdido em seus maiores problemas.
