Popularidade virtual garante habilidade política?
DO LEITOR: Você acredita que o país tem jeito? Depois de presos, os ex-poderosos Eduardo Cunha e Sergio Cabral estão livres, leves e soltos. Os casos que se envolveram prescreveram ou próximo disso na Justiça Eleitoral, para onde foram enviados após a anulação na Justiça Federal. Quem também está na bica para absolvição final é o ex-ministro Zé Dirceu. É o meu país!
PODE? A postura do PL no pleito de Campo Grande é um enigma. De repente, a situação muda e o tenente Portela (homem de confiança de Bolsonaro) deixa a prefeitura e a condição de partidário da prefeita Adriana. Agora fala-se em candidatura própria do PL com o partido ainda na fase de consultas entre os seus líderes e com a escolha final à cargo de Bolsonaro.
ESPECULAÇÕES: Bolsonaro teria a leitura fiel do nosso quadro sucessório? Qual o critério de escolha? Os líderes do PL estariam mais interessados em seus projetos pessoais ou no futuro da sigla? Qual seria a proposta do candidato? Qual dos outros candidatos seria beneficiado caso vingue o projeto do PL? Lembrando: o debate sucessório municipal é restrito aos temas locais.
PERFIL: Após aquele homérico desastre do capitão Contar no debate na TV contra Eduardo Riedel, o eleitorado tem motivos de sobra para pensar, repensar e exigir preparo de quem se propõe a administrar Campo Grande. Exigência para todos postulantes, independentemente de sigla. E os meios de comunicação tem o dever de fazer essa cobrança dos candidatos
O CARA! Se o prefeito Ângelo Guerreiro (Três Lagoas) é reconhecido pelo chapéu e botas, Valdomiro Sobrinho - prefeito de Mundo Novo marca pelo estilo no vestir: roupas coloridas, tênis ousados, cordões, medalhas e bandanas que nos remetem a época do Rock and Roll. Ao seu estilo é querido na cidade. Tempos modernos: Mundo Novo faz jus ao próprio nome.
BOLAS DA VEZ: Inflação, corrupção, saúde, educação – temas de debates legislativos. Mas agora, vem sendo usual a abordagem da discriminação racial, o feminicídio e a exploração sexual de menores. A frequência dos casos mostrados na mídia facilita a argumentação dos deputados que soa como denúncia e alerta. Temas oportunos, acolhidos pela opinião pública.
DECIFRANDO: É preciso parar com o ‘mimimi’ de que o governador Riedel não é político. Ora! Quem cuida com zelo da economia do estado, se preocupa com a vida dos cidadãos no sentido amplo, quem procura se acercar de pessoas competentes, quem respeita as pessoas – está sim fazendo a boa política. Não por acaso seu apoio político é desejado por muita gente. Como diria o filósofo Sinhozinho Malta: “tô certo ou tô errado?”
HOLOFOTES: Candidatura de Pedrossian Neto encorpada após papo com Gilberto Kassab. Lucas de Lima voltou animado com o apoio da cúpula do PDT. Candidatíssimo. Marquinhos Trad pode dar as mãos a Rose Modesto. Política é assim. Os números da rejeição de Puccinelli assustam na Pesquisa Ranking. Beto Pereira ainda engatinhando nesta corrida. Prefeita Adriana lubrificando a ‘máquina’.
DANTE FILHO: “Confesso que não entendo os políticos. Eles xingam um ao outro, se ofendem ao nível do ralo, às vezes saem no braço, e depois se encontram em jantares, eventos, comemorações, e se abraçam, riem, festejam. Mas vai um jornalista escrever uma linha crítica sobre os tais personagens: são perseguidos, odiados e nunca mais ganham qualquer gesto de gentileza e perdão. Não dá pra entender! Isso é máfia?”
‘SAIDINHAS’: Tema polêmico Essa manifestação do deputado Rodolfo Nogueira (PL) é pertinente: “A proposta aprovada no Senado prevê o fim das saídas de presos em feriados e datas comemorativas, mas mantem a autorização para que os detentos em regime semiaberto possam estudar fora da prisão e retornando à noite.”
O JOGO: A presença de funcionários públicos estaduais aposentados na Assembleia Legislativa já cria clima que constrange. Cartazes e placas pedem a redução dos 14% da Previdência Estadual. Os deputados procuram a solução que não crie pesadelo ao Governo. Aliás, esse propósito é visível nas expressões do presidente Gerson Claro (PSDB). Isso é muito bom.
IMPLOSÃO: A sede do MDB na avenida Mato Grosso ficou e ociosa para a sua minguante importância. Com apenas 3 deputados estaduais, 5 prefeitos de pequenas cidades, o partido sente o golpe pela saída do seu presidente Ulisses Rocha - bandeando para o PP da prefeita Adriane Lopes. Aí o MDB tenta sobreviver se agarrando ao passado de seus coronéis.
RENATO CÂMARA: Admite, aqui o MDB perdeu o espaço para o PSDB e sua própria identidade nacional com a aproximação ao PT no Nordeste. Isso respingou na sua imagem e virou mero coadjuvante do Planalto. Nestas eleições o partido disputará em 25 cidades, na cabeça de chapa ou indicando o vice. Diz ele: “Reconstrução lenta, um caminho inevitável".
MUDOU: O MDB é a própria metamorfose ambulante da política. É diferente daquela sigla da época da redemocratização marcada pela campanha das ‘Diretas Já’. Sempre encontrando um jeitinho de participar do Governo – mesmo rasgando o manual da coerência. Esse caso da ex-senadora Simone Tebet – agora ministra – é apenas um exemplo do ‘vale tudo’.
CONCORDA? Grande parte da maioria dos partidários do MDB, excluindo os nordestinos é claro, não comunga com a adesão do partido ao Governo do PT. Esse eleitor que condena a filosofia petista procurou abrigo em outras siglas. É o que se nota no Mato Grosso do Sul que abriga um MDB envelhecido e superado, sem discurso e projetos alternativos.
OPINIÃO: Criado ao estilo interiorano, onde o eleitor toma café no fogão do político, Renato observa que as redes sociais e a digitalização do processo eleitoral mudaram as relações do eleitor com a classe política. O mundo virtual só ajudará a formar uma opinião ou conclusão construtiva se realmente tiver um conteúdo verdadeiro. Fora isso será apenas blá-blá-blá.
QUESTÕES: A pessoalidade nas relações do eleitor com o político importa sim. É o agente político quem socorre o eleitor em certas situações difíceis do cotidiano. A sua vida é um livro aberto, com méritos e defeitos - é ele quem está presente no dia a dia da comunidade. Ele não faz uso de textos, frases e nem bordões de ‘salvadores da pátria do mundo digital.
A CONFERIR: Observadores entendem que o êxito de uma candidatura dependeria mais da competência dos profissionais cuidadores das plataformas digitais do que das qualidades do candidato. Assim, valeria mais a forma como o postulante é mostrado e o tipo de mensagem usado. É a transposição da técnica do convencimento - agora tendo como alvo o eleitor.
DROGAS: A descriminalização passa pela política e o STF numa decisão complicada que envolve vários fatores. Se é rico seria mero viciado, se pobre ou preto é traficante? Não podemos radicalizar e nem ser hipócritas. As drogas estão cada vez mais próximas das escolas, de nossas famílias e de nossas vidas. Nunca diga ‘desta água eu não bebo’.
RECADO: “Em política, o ódio e a perseguição não são vistos pela maioria de bons olhos... As pesquisas das últimas duas semanas detectam crescimento da importância de Bolsonaro nos pleitos de 2024, exatamente após ele ter se tornado inelegível e a um passo de ser preso. Como em outras fases da história, certas ações provocam reações inversamente proporcionais...( )...” (Vittório Medioli, prefeito de Contagem-MG)
PILULAS DIGITAIS:
Quando acabarmos de comer o queijo vamos distribuir ao povo todos os buracos. (Millôr Fernandes)
O governo não divulgou até agora quanto já gastou na caçada dos fugitivos de Mossoró. (internet)
Afinal, o Puccinelli estaria querendo negociar o que? Empregos? (no bar da esquina)
O problema com os peritos é que eles jamais serão periciados. (Fraga)
Lula disse que está em tempo de semeadura. Pelo andar da carruagem, semeia a erva daninha que já destruiu sua lavoura. (Elio Gaspar)