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Economia

Altos preços fazem placas de aluga-se "empacarem" em Campo Grande

No cenário nacional, o preço médio de locação de residências aumentou 16,55% no ano passado

Izabela Cavalcanti | 17/01/2023 12:23
Casa de alto padrão com placa de aluga-se (Foto: Marcos Maluf)
Casa de alto padrão com placa de aluga-se (Foto: Marcos Maluf)

Andando pelas ruas de Campo Grande, é possível ver inúmeras opções de residências com placas de “aluga-se”. O cenário atual indica um aumento em imóveis para realocação com preço fora da realidade financeira do inquilino. É o que explica o presidente do Sindimóveis-MS (Sindicato dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul), Roberto Borgonha.

“Geralmente, esses imóveis para locação estão com o preço bem acima do mercado. Uma locação antiga, o preço fica muito defasado. Quando o inquilino muda, o proprietário do imóvel quer tirar aquele atraso que perdeu, deixou de ganhar, então, eles pedem um valor que foge do preço real de locação, por isso, que anda pela cidade só vê placa de aluga-se. Mas uma boa negociação seria o ideal”, destaca.

Segundo dados do Índice FipeZap, o preço médio de locação de casas, no Brasil, subiu 16,55% em 2022. O percentual é quase três vezes acima da inflação (5,79%).

Goiânia se destacou com 32,93%; Florianópolis (30,56%); e em seguida está Curitiba (24,47%). O índice não mede o preço do aluguel em Campo Grande.

Borgonha explica que o levantamento não tem a ver com o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) e sim com imóveis que estão se realocando no setor.

“Esse é o índice de custo de locação, quanto você vai pedir para colocar o imóvel para alugar novamente. Campo Grande tem seguido esta tendência. A pessoa fica 5, 10 anos, sem alugar. Quando decide alugar de novo, ela não quer colocar o valor de mercado, não querem ter prejuízo”, avalia.

Em outra percepção, o presidente do Secovi-MS (Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul), Geraldo Paiva, aponta que o início de ano é um período de readequação, no qual as pessoas pretendem se mudar para conseguir mais proximidade com alguma área.

“O mercado de locação para este início de ano está aquecido, como em anos anteriores. Início de ano é rotineiro a temporada de mudança de endereço residencial, para adequar necessidades como proximidade a emprego e educação. Até o mercado de imóveis comercias estão se reaquecendo. Até o final de fevereiro somem, praticamente, todas as placas. Há investidores de imóveis para locação que planejam disponibilizar seu imóvel justamente neste período devido à demanda”, exemplifica.

A jornalista Marina Miranda, de 23 anos, percebeu que estava pagando o aluguel no valor próximo do parcelamento de uma casa financiada. Recentemente, ela saiu do Bairro São Lourenço, onde estava pagando R$ 850, e foi para o Rita Vieira.

“Os proprietários e imobiliárias, na maioria das vezes, acabam pedindo um valor exagerado. E, sem falar, que o dono acaba não arcando com alguns serviços e você tem que agilizar, pesando no bolso fora do aluguel. Como o preço do aluguel estava ficando no valor de um financiamento, pensei e optei em investir em uma coisa minha e para o meu futuro. Pois, acredito que o dinheiro do aluguel é um gasto que você nunca terá de volta”, pontua.

Antes disso, ela lembra que em 2017 pagava o valor de R$ 700. Em 2020, o proprietário da casa onde morava disse que o preço iria passar para R$ 1.200.

Placa de aluga-se em residência localizada na região do Jardim dos Estados (Foto: Marcos Maluf)
Placa de aluga-se em residência localizada na região do Jardim dos Estados (Foto: Marcos Maluf)

Opções – Em uma pesquisa rápida feita pelo Campo Grande News, uma casa de 81 metros quadrados construídos, no Bairro Coronel Antonino, está com aluguel a R$ 1.600.

No local, tem sala de estar, apenas um quatro, um banheiro social, uma vaga de garagem, área de serviço, cozinha e lavabo.

No mesmo bairro, uma residência de 65 m² e dois quartos, está custando R$ 1.250 por mês ao inquilino.

Na descrição do anúncio, a sala é ampla, tem cozinha, dois quartos, um banheiro social, lavanderia coberta, quintal pequeno no fundo e na frente e uma garagem parcialmente coberta.

Em outra residência o aluguel é de R$ 1.000 reais, com 100 m², sala de jantar, sala de TV, três quartos, uma varanda, um banheiro social e duas vagas de garagem.

Já no Bairro Amambaí, casa com uma sala, copa, três quartos, cozinha, banheiro social e área de serviço está por R$ 1.400.

Outro exemplo na mesma região sai por R$ 1.300 em 85 m². Tem uma sala de estar, três quartos, um banheiro social, uma vaga de garagem, área de serviço e cozinha. Outra casa de fundo está R$ 1.500, contendo dois quartos, sala, cozinha, banheiro social, área de serviço com banheiro, varanda, área de churrasqueira e garagem em 170 metros quadrados de área construída.

No Jardim São Lourenço, casa de 63 m², com sala, cozinha com armários, dois quartos, banheiro, área de serviço e duas vagas de garagem descobertas, o aluguel está R$ 1.350. Em outro imóvel, no mesmo local, o valor é de R$ 3,6 mil, com três suítes (duas delas incluindo guarda roupa embutido), sala para dois ambientes, lavabo, armários na cozinha, churrasqueira, cerca elétrica e banheiro com  vidro temperado.

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