Aprovação do plano do Independência reacende esperança de credores
Após nove horas de negociação, a proposta feita pelo Frigorífico Independência para a recuperação judicial foi aprovada no final desta semana com apoio de 51,81% dos credores, reacendendo a expectativa deles.
Na prática, o frigorífico obteve o aval dos credores para vender ativos por meio de leilão judicial, para quitar débitos e evitar a falência da indústria. Os credores sul-mato-grossenses têm cerca de R$ 17 milhões a receber. A dívida total do Independência está estimada em R$ 1,9 bilhão.
“Ainda mantemos a esperança de que os produtores recebam os valores que lhes são devidos. A reunião foi demorada, mas nós não poderíamos deixar que as possibilidades de negociação se esgotassem”, disse o membro da Comissão de Credores do frigorífico Independência da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Léo Brito, que representou a classe produtiva do Estado.
Entre as mudanças, está o prazo máximo de 30 dias, contados a partir da data da homologação da modificação do plano, para a publicação de um edital do leilão dos ativos do frigorífico. A partir da data de homologação, e em um prazo máximo de 90 dias, uma nova assembleia de credores deverá acontecer.
A cláusula que mais preocupava os pecuaristas foi removida. Ela previa que, se não houvesse o leilão judicial de todo o bloco de ativos, o Independência poderia alienar judicialmente, individualmente ou em grupo, cada uma das unidades. A forma como os ativos serão vendidos, em bloco ou separadamente, será decidida na próxima assembleia, quando as propostas dos eventuais compradores forem abertas.
Serão leiloadas terrenos, armazéns e três plantas industriais, duas delas em Mato Grosso do Sul: em Nova Andradina e Campo Grande. Os imóveis estão avaliados em R$ 270 milhões.
Há também equipamentos que entrarão no leilão e que valem cerca de R$ 500 milhões, segundo o site Canal Rural.