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Economia

Consumidor aproveita 13º para limpar nome e recuperar poder de compra

Zana Zaidan | 23/11/2013 10:07

Com o depósito da primeira parcela do 13ª, muitos trabalhadores planejam colocar as contas em dia e tirar os nomes dos cadastros de proteção ao crédito, como o SPC e Serasa. Negociar as dívidas de cartões, crediários e boletos atrasados é a prioridade de muita gente ao receber o dinheiro extra no final do ano.

Para estes trabalhadores, a organização das finanças tem um objetivo – fazer as compras de Natal, tanto para si mesmo, quanto para filhos e parentes. Também faz parte do planejamento investir em imóveis, reformar a casa e comprar ou trocar de carro.

É o caso de Almir Francisco de Souza, 26 anos, e Janaína Aparecida Pereira, 28. O casal tem três filhos com idade entre 3 e 10 anos, e precisa estar com o limite do cartão de crédito “todo disponível” para dar conta dos presentes.

Almir conseguiu quitar o débito com a Enersul e, com o nome limpo, pretende fazer compras para os três filhos (Foto: Marcos Ermínio)
Almir conseguiu quitar o débito com a Enersul e, com o nome limpo, pretende fazer compras para os três filhos (Foto: Marcos Ermínio)

Os dois aproveitaram os mutirões de negociação, tradicionais nesta época do ano, para colocar os débitos em dia – a conta de energia não era paga há três meses. Resultado: por causa da cobrança, o nome de Almir foi incluído no SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), além do risco da luz da casa ser cortada.

“Só essa ‘continha’ me impediria de fazer um cartão em uma loja, por exemplo. Estava apertado para pagar, mas, agora, com o dinheiro a mais que eu e minha mulher ganhamos, deu para quitar”, explica.

“As crianças estão precisando de roupas, pedem um tênis novo. Não dá para pagar a vista quando se tem que comprar para três”, acrescenta Janaína. No entanto, a ordem agora é ter cautela, já que a família conseguiu, há pouco, se livrar de dívidas que tinham virado uma bola de neve, conta Almir. “Foi um esforço grande, juntando dinheiro todo mês. Por mim, nunca mais compraria nada parcelado, mas, não temos outra saída”, opina.

O objetivo de Ademis Pereira, 31 anos, é usar o 13º para dar entrada em uma moto. O caso é semelhante ao do casal: por causa de uma dívida de R$ 160, o nome estava sujo na praça. Ontem, Ademis foi com a esposa tentar negociar o pagamento. “Fiz uma compra para um amigo, e ele não honrou o empréstimo. Não ia pagar, porque a responsabilidade era dele, mas, com meu nome sujo, não consigo tirar a moto”, conta.

Ademis quitou as dívidas e com o que sobrou do 13º vai dar entrada em uma moto (Foto: Marcos Ermínio)
Ademis quitou as dívidas e com o que sobrou do 13º vai dar entrada em uma moto (Foto: Marcos Ermínio)

Negociação – Os trabalhadores conseguiram negociar o valor da dívida na “Campanha Nome Limpo”, promovida pela ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), em parceria com o SCPC. Almir, por exemplo, conseguiu desconto de 60% no valor total da dívida e, segundo ele, eliminou grande parte dos juros e multas.

São mais de 150 empresas concedendo descontos ou parcelamentos do débito ao devedor. Enersul e Casas Bahia realizam negociações diretamente na ACICG, mas caso a dívida seja com outras empresas, os consumidores podem limpar o nome direto na loja.

Do dia 7 de novembro, quando o mutirão começou, até o último dia 12, mais de 8 mil pessoas se consultaram, cerca de 1,7 mil atendimentos por dia, conforme a ACICG.

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