Em dinheiro ou cartão, empresários buscam alternativas para vale-alimentação
As taxas cobradas para administração do benefício podem chegar a 14%
O vilão da vez nos mercados e restaurantes é o vale-alimentação, que vem sento motivo de reclamação de quem usa e quem recebe, por conta do valor das taxas das operadoras. Em Campo Grande, alguns donos de restaurantes e de outros estabelecimentos do setor estão procurando alternativas para não deixar o funcionário na mão, e mesmo assim não ficar no prejuízo.
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Empresários em Campo Grande estão buscando alternativas para o vale-alimentação devido às altas taxas cobradas pelas operadoras de cartões, que variam entre 4% e 14%. Como a alimentação não é uma obrigação legal, alguns estabelecimentos optam por oferecer refeições no local, enquanto outros fornecem o benefício em dinheiro ou em cartões de vale-alimentação. Essa flexibilidade permite que os funcionários escolham como utilizar o benefício, seja para compras no mercado ou refeições em restaurantes. A prática de pagar em dinheiro é vista como vantajosa, pois evita taxas e dá liberdade de escolha aos empregados.
As taxas cobradas para administração do benefício podem chegar a 14%. Por isso que cada vez menos restaurantes aceitam pagamento desta natureza. No Centro da Capital, onde o comércio toma conta, não são todas as lojas que os aceitam.
Acontece que a alimentação, diferentemente do vale-transporte, não é uma obrigação legal imposta ao empregador, ou seja, não há lei que estabeleça que o empregador deva fornecer refeição ao empregado.
Em loja de roupas, na Rua 14 de Julho, os funcionários recebem o vale-alimentação no cartão. Maristela Borelli, atendente de 51 anos, conta que esse benefício faz diferença na hora de escolher onde vai trabalhar.
"Aqui a gente recebe vale no cartão desde o final do ano passado. Passa no mercado, no açougue, dá para fazer as compras do mês, até loja de doce e restaurantes. Para mim, é a melhor alternativa. Eu acho muito bom porque ajuda no salário no fim do mês, né?", relata Maristela.
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Mas tem muita gente que agora banca a alimentação de outra forma. Uma das alternativas utilizadas pelos empresários no Centro é fazer o pagamento em dinheiro, diretamente para o funcionário.
Esse é o caso de uma ótica que também funciona na mesma rua. O gerente, Túlio Jader, de 40 anos, explica que os funcionários recebem o dinheiro semanalmente em espécie. Além de fugir das taxas e da burocracia, ele ainda acha que essa é a melhor alternativa para quem recebe o benefício.
"Quando você paga o funcionário em dinheiro, ele tem um livre arbítrio de escolher se faz uma compra para casa, ou se traz para a própria loja, ou se o funcionário não quer almoçar comida, prefere lanche. Aqui nunca tivemos reclamações, assim eles mesmos podem escolher, e não tem o problema de não passar em alguns lugares."
Eliane da Silva, de 52 anos, é auxiliar de cozinha em um restaurante no Centro e conta que os funcionários do estabelecimento podem almoçar no próprio restaurante, ao invés de receber um vale para se alimentar, o que ajuda nos gastos com comida.
"Aqui a gente pode almoçar no restaurante mesmo. Podendo comer aqui, está bom para mim e no final do mês faz diferença. Já trabalhei em outros lugares que tinha que levar o almoço de casa, o pouco que tinha mesmo, com vergonha, mas era o jeito. Aqui a gente come à vontade e para mim está ótimo, ajuda muito", relata Eliane.
O presidente da CDL Campo Grande, Adelaido Vila, acredita que o problema é a falta de regulamentação.
“O trabalhador perde e o empresário perde. Empresas que exploram esse setor acabam se beneficiando de um dinheiro que não era para eles, era para o trabalhador comprar o alimento. A taxa impacta no valor do alimento, isso significa que esse trabalhador leva menos alimento para a casa. Isso tudo acontece por falta de regulamentação”, pontua.
Ainda de acordo com Vila, no comércio em geral, a taxa do crédito está entorno de 4,5% e do débito 2,5%. “Quando paga no Pix ou em dinheiro, o valor não sofre reajuste, mas quando passa cartão ou vale-refeição, o empresário pode repassar o custo que terá com a maquineta”, finaliza.
O Campo Grande News entrou em contato com a Abrasel MS (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Mato Grosso do Sul), e aguarda o retorno.
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