“Não tem para onde correr”: Luz mais cara deixa consumidores de mãos atadas
Conta de energia com reajuste de 9,58% para residências, começa a valer a partir deste sábado
A partir deste sábado (08), a conta de luz passa a ficar mais cara para os consumidores de Mato Grosso do Sul. Diante da nova realidade, os consumidores não têm para onde correr e precisam se virar para conseguir pagar a conta.
Na última terça-feira (04), a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou a RTP (Revisão Tarifária Periódica), que resultou em reajuste médio de 9,28% no Estado. O índice vai impactar 1,1 milhão de consumidores, em 74 municípios que a distribuidora opera.
O impacto é de 6,28% para os consumidores de alta tensão; 10,48% para baixa tensão e 9,58% a mais por kwh (Quilowatt-hora) para os consumidores residenciais.
Gilberto Lima, morador do Jardim Montevideu ficou surpreso com o aumento. Ele relata que não fica muito tempo em casa e mesmo assim já viu a conta aumentar nos últimos 2 meses.
“Não tem muito para onde correr. Já tem muita gente reclamando e vemos que não resolve nada. Não tem o que fazer quanto ao aumento, não tem mais onde economizar”, lamenta.
A dona de casa, Tânia Zotele, de 40 anos, moradora do Estrela Dalva, disse que faz de tudo para economizar, mas continua pagando mais de R$ 300 por mês. "Você já economiza muito, toma banho na água fria, não usa o ar condicionado e mesmo assim a conta vem alta. Já pagamos muito caro”, pontua.
A presidente do Concen-MS (Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Energia de Mato Grosso do Sul), Rosimeire Costa, aconselha que a energia seja usada com cautela. Ela ainda alerta que o impacto pode já chegar nas contas com vencimento no fim deste mês.
Reajuste – Durante a reunião com a Aneel, Rosimeire tentou mitigar o aumento e destacou aspectos como o crescimento do mercado nos últimos 5 anos, que teve aumento de 12%.
O tipo de contrato também foi levado em consideração, o IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado), que vigora até 2027. Enquanto o IGP-M está indicando acumulado de 61,2% nos últimos 5 anos, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) ficou em 28,4%.
Diante do índice definido, o Concen informou que vai recorrer da decisão nos próximos dez dias, com o objetivo de mostrar algumas situações que precisam ser melhor analisadas.