Pecuaristas começam a retirar o gado de 2,5 mil fazendas no Pantanal
Rebanho no pantanal corumbaense é o maior de MS e o segundo maior do país com 1,8 milhão cabeças de gado
Produtores das cerca de 2,5 mil propriedades rurais começaram a retirada do gado devido ao alerta de enchente na região do pantanal de Corumbá – a 419 quilômetros de Campo Grande. Conforme o IBGE, o rebanho no pantanal corumbaense é o maior de Mato Grosso do Sul e o segundo maior do país com 1,8 milhão cabeças de gado.
O aviso foi emitido pelo Sindicato Rural do município com o objetivo de evitar prejuízos diante da previsão de uma grande enchente este ano no Pantanal, baseada nos níveis atuais do rio Paraguai e a continuidade das fortes chuvas na região.
O Campo Grande News teve acesso à imagens registradas por um piloto de Aquidauana que sobrevoou a região. Pelas fotos é possível ver que as águas tomaram conta das planíces pantaneiras. A reportagem tentou contato com o piloto, mas não foi atendida.
Sindicato - A orientação, segundo o presidente do sindicato Luciano Aguilar Leite, é para que os produtores façam a retirada do gado das áreas alagáveis para os campos mais altos ou organizem a comercialização dos animais.
Os pantanais do Paiaguás e da Nhecolândia, mais ao norte, já estão debaixo de água. A enchente nas áreas ao sul do Pantanal (no Nabileque e no Jacadigo) neste período do ano é um indicativo de que a cheia será mais intensa com a chegada das águas de Cáceres, entre abril e junho.
“O produtor deve retirar o gado agora, pois continua chovendo e o Jacadigo ainda receberá água do Tucavaca [rio da Bolívia] nesta mesma época”, observou Luciano Leite.
Na sub-região da Nhecolândia sob influência dos rios Aquidauana, Miranda e Abobral, onde está a Estrada Parque (MS-184), em Corumbá, os campos estão submersos, com forte vazão em direção ao rio Paraguai.
A subida das águas esta semana no Miranda e Aquidauana, no entanto, deve alterar o cenário na região e ampliar o nível de inundação no Nabileque e Jacadigo. “O que diferencia a cheia deste ano das demais, e nos preocupa, é que as águas de Cáceres vão chegar com o Pantanal já cheio”, explicou o presidente do Sindicato Rural corumbaense.