Semana de descontos é atrativo para quem adora peixe, mas sofre com preços
Na Semana do Pescado, proteína terá desconto em mercados, peixarias e estabelecimentos comerciais até dia 15
Os preços mais baixos dos pescados têm atraído quem não abre mão de um peixinho na Capital. A proteína costuma ser um pouco mais cara durante todo o ano, mas do dia 1º a 15 de setembro, os valores estarão menos salgados ao bolso do consumidor. Isso porque a 20ª edição da Semana do Pescado, além de baixar o preço, também promete movimentar o comércio no setor.
Em Campo Grande, a iniciativa terá uma programação extensa que vai desde descontos em supermercados, bares, restaurantes até palestras. Conforme a Prefeitura, o momento é considerado uma “segunda quaresma”.
O Campo Grande News foi às ruas comprovar se os descontos têm, de fato, mexido com quem prefere a carne branca. Francisca Maria da Conceição, de 68 anos, é uma das que não deixa de comprar peixe, mesmo com preços mais salgados do que da carne vermelha. Para ela o produto é sinônimo de saúde.
“Costumo consumir muito peixe. Sou cliente da peixaria há 20 anos. O peixe é uma coisa cara, mas pra quem está na minha idade e mais que recomendado comer, é pra saúde, não é só para alimento”.
Entre as espécies preferidas de Francisca estão pintado, dourado e pacu. “Tilápia acaba sendo mais caro, então costumo fazer ensopado e na airfryer". Para ela, a Semana do Pescado é novidade, mas será bem aproveitada.
José Ribeiro da Silva, de 58 anos, está na capital sul-mato-grossense há apenas três dias e já notou a diferença entre as espécies encontradas no Estado. Ele saiu de Roraima, região Norte do país. “A gente gosta, o peixe está no preço, comprei pacu. Os peixes de lá não tem aqui. Esse eu não conheço, comprei esse pra ver. Mas aqui é mais caro que lá, mas não abro mão”.
Valter de Queiroz, de 58 anos, come a proteína de peixe, mas não estava sabendo da Semana do Pescado. Para ele, a novidade não altera a rotina, visto que quem compra os peixes na residência é o pai.
À reportagem ele comenta que consome mais carne bovina, pelo preço do peixe no mercado. O vendedor de quiabo da região de Nioaque, município a 184 quilômetros de Campo Grande, acredita que o custo-benefício é melhor com a proteína vermelha.
“Hoje, peixe está bem carinho, é quase o preço da carne de boi. Mas o peixe todos falam que é mais saudável. Se baixar, eu pretendo comprar, mas dependendo do peixe”. O homem costuma comer mais as espécies de pintado, pacu e de vez em quando tilápia.
Quem também não deixa de comprar peixe é Sandra Coxev Daniel, de 47 anos. Porém, a mulher prefere comprar de pescadores locais e em pesque e pague. Segundo ela, assim, a carne fica ainda mais saborosa.
“Costumo comer mais peixe do rio, ele é mais gostoso e saudável. A gente come o piraputanga e pintado às vezes. A vida toda foi assim, difícil a gente ir comprar no mercado, quando compramos é nos pesque e pague, bem mais raiz”.
Sobre o valor dos produtos em mercados e estabelecimentos voltados à venda de peixes, Sandra pontua que acha o preço razoável. “É um preço acessível até, se comprar do pescador acho mais caro. Mas a gente prefere”.
Semana do Pescado - A programação foi criada pelo Ministério da Pesca e acontece em todo o Brasil do dia 1° de setembro até 15 do mesmo mês.
Desde a primeira edição, o setor observou aumento no consumo de 6,5 quilos por habitante ao ano para 10 quilos por habitante/ano – um aumento de 65%. Durante a campanha, a previsão é um aumento de até 50% nas vendas.
De acordo com o superintendente da pesca e aquicultura de Mato Grosso do Sul, Júlio ‘Buguelo’, que assumiu a pasta em abril deste ano, a Semana do Pescado é uma das iniciativas mais expressivas do calendário estadual quando o assunto é setor produtivo.
“Temos uma diversidade de produtos, entre os frescos, congelados e até os processados, que estão à disposição do consumidor em peixarias espalhadas por toda nossa capital campo-grandense, por exemplo, além das redes de mercado que trabalham com a carne do pescado que vem de inúmeras partes do país”, alega Júlio.
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