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Educação e Tecnologia

Parceria atesta qualidade internacional das sementes de pastagens do MS

Mercado em expansão no Estado, boas sementes garantem cobertura e evitam até a degradação do solo

Por Kamila Alcântara | 31/07/2024 19:56
Palestra sobre o Programa Semente Legal, realizada no Crea-MS (Foto: Juliano Almeida)
Palestra sobre o Programa Semente Legal, realizada no Crea-MS (Foto: Juliano Almeida)

O mercado produtor e consumidor das sementes de pastagens produzidas em Mato Grosso do Sul acaba de avançar na busca por qualidade. A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) aderiu a parceria para fixação do projeto Semente Legal, que traz garantias internacionais de pureza e germinação das sementes para cobertura do solo.

Principal incentivador do projeto, a Aprossul (Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Estado de Mato Grosso do Sul) adianta que duas empresas de Campo Grande e uma de Goiás já possuem o selo de qualidade, o que torna a cadeia produtiva mais segura e eficaz em todos os sentidos, dos colaboradores da indústria a logística de transporte.

Atualmente, aderir ao programa é algo voluntário, mas a PPP (Parceria Público-Privado) pode trazer vantagens para quem se adequar ao padrão de qualidade. “Assim como acontece para os produtores de aderem ao Novilho Precoce, esperamos que tenha mais vantagens para a indústria de sementes manter a qualidade, para boas práticas. Se o empresário consegue instalar esses programas de qualidade, a mudança é muito mais efetiva do que se eu tivesse tentando fazer isso sozinho”, detalha Celso Pess Júnior, presidente da Aprossul.

Celso Pess Júnior, presidente da Aprossul (Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do MS) (Foto: Juliano Almeida)
Celso Pess Júnior, presidente da Aprossul (Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do MS) (Foto: Juliano Almeida)

Mas o que acontece se plantamos sementes de pastagens ruins? Celso de Souza Martins, auditor fiscal do MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária), que atua na área de fiscalização de sementes e mudas, explica. Segundo ele, além das ervas daninhas e uso excessivo de defensivos, o custo é muito alto e moroso, chegando a demorar 12 meses para a recuperação de uma pastagem. Sem a cobertura verde correta, o solo fica degradado.

“A reforma de pastagem é uma atividade muito cara, discutida pelo Governo há muito tempo, um dos insumos mais caros é a semente, aplicada uma vez por ano. Se a semente é de má qualidade, você perdeu todo o processo de um ano. Pode causar o prejuízo da má qualidade e ainda trazer patógenos, doenças que se instalam no solo, ervas daninhas. São mais econômicos e sanitários. Um ano sem cobertura, aquele solo sobre degradação”, detalha.

O Programa Semente Legal é de autoria da Sicpa – empresa suíça que atesta qualidade de produtos e trabalha no combate ao comércio ilícito  –, com sede no Rio de Janeiro.

Quem apresentou a ideia para os sul-mato-grossenses foi a representante do programa, Giselle Oliveira. Segundo ela, o programa nasceu da necessidade que o mercado agropecuário tinha de combater as sementes que não estavam de acordo com o solicitado pela legislação.

“Hoje nós temos três associados, que são a concentração aqui no Mato Grosso do Sul e em Goiás. Desses associados, agora na última sessão de 2023, 2024, foram protegidos mais ou menos 610 mil sacarias. Semente Legal também é um aplicativo público e gratuito, está à disposição da sociedade, que qualquer um pode baixar. Através do aplicativo você consegue validar se aquela sacaria é uma sacaria autêntica, se ela passou pelos processos de qualidade, aos quais o termo de conformidade se refere”, explica.

Giselle Oliveira, represente do Programa Semente Seguro, da Sicpa (Foto: Juliano Almeida)
Giselle Oliveira, represente do Programa Semente Seguro, da Sicpa (Foto: Juliano Almeida)

Glaucy Ortiz, é engenheira agrônoma e fiscal estadual da Iagro, detalha que o mercado se sementes é muito relevante para economia do Mato Grosso do Sul, por isso, a fiscalização dos produtos locais é de extrema importância e de interesse da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

“Nessa parceria a gente estabelece as ações de interesse mútuo, para promover a conformidade na produção e na comercialização, visa o fornecimento de um insumo de qualidade e também desincentivando as práticas de comercialização irregular, que acaba sendo uma concorrência desleal de um setor organizado que gera emprego, que gera produtos de qualidade e tudo mais”, diz.

Por fim, também aderiu ao programa a Idaron (Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia), que é grande consumidor dos produtos do nosso Estado. Conforme o fiscal agropecuário Rene Parmejiani, desde que aderiram ao Semente Legal, a qualidade dos produtos que chegam lá aumentou.

“A legislação federal ela define que o que está 70% abaixo do que foi garantido é considerado como fraudado, então a gente tinha no ano de 2021 um percentual de 86% dos lotes fiscalizados ou coletados para análise, 86% reprovaram nas análises. Esse ano, na safra passada, 60% dos lotes fiscalizados foram reprovados, é uma melhora e caminhamos para diminuir essas reprovações”, termina.

fiscal agropecuário Rene Parmejiani, da (Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia) (Foto: Juliano Almeida)
fiscal agropecuário Rene Parmejiani, da (Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia) (Foto: Juliano Almeida)

O Programa Semente Legal vou apresentado para técnicos e pessoas ligadas ao setor em uma sequência de palestras, realizadas no auditório do Crea-MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul), com apoio da Grupo Tendência Agronegócios.

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