Pesquisadores vão estudar potencial energético de bacia no Pantanal
Projeto receberá R$ 1,7 milhão e trará informações cruciais sobre as camadas sedimentares do bioma
Pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) vão criar a Carta Estratigráfica da Bacia do Pantanal. O projeto coordenado pelo professor Aguinaldo Silva, do Campus do Pantanal, busca aprofundar o conhecimento sobre a geologia do bioma, além de investigar o potencial energético, os aquíferos subterrâneos e a dinâmica sedimentar da bacia.
De acordo com Silva, o grupo de pesquisa da UFMS já estuda o Pantanal há mais de duas décadas, com foco nas mudanças ambientais e nos sistemas fluviais que constituem o bioma. "A motivação para a proposição do projeto surgiu a partir da publicação da oportunidade no portal da Petrobras para elaboração de cartas estratigráficas. A Bacia do Pantanal foi incluída para sistematizar o conhecimento geológico atualizado de uma das bacias sedimentares brasileiras menos conhecidas nesse aspecto", explicou o coordenador.
O projeto receberá um aporte financeiro de R$ 1,7 milhão, da Petrobras. Esse montante será utilizado para a compra de equipamentos, concessão de bolsas, pagamento de diárias, combustíveis, passagens, além da contratação de uma empresa especializada em sondagem e recuperação de testemunhos sedimentares.
A pesquisa também conta com a colaboração de pesquisadores de outras instituições, como a UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), UNESP (Universidade Estadual Paulista) e UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas). Entre os principais nomes envolvidos estão Francisco Ladeira (UNICAMP), Mario Luis Assine (UNESP), além dos professores Hudson de Azevedo Macedo (CPan), Patrícia Colombo Mescolotti e Sandra Garcia Gabas, da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia da UFMS.
Etapas - O estudo será desenvolvido em cinco etapas, que incluem reuniões para apresentação do projeto, levantamentos bibliográficos e cartográficos, criação de um banco de dados, e trabalho de campo para identificar áreas específicas e recuperar testemunhos sedimentares. As amostras, com profundidades de até 300 metros, serão analisadas em laboratório para compor a Carta Estratigráfica final.
“Cada pesquisador atua em uma fase do projeto, e ao final todas as atividades serão compartilhadas para a elaboração do documento”, destacou Silva.
O projeto, com duração prevista de 18 meses, trará informações cruciais sobre as camadas sedimentares do Pantanal, permitindo uma compreensão mais detalhada sobre a evolução geológica da bacia.
Essa análise será fundamental para avaliar o potencial energético, os aquíferos subterrâneos e os efeitos da recente dinâmica sedimentar da região, marcada por mudanças na paisagem e nos rios. “Além de contribuir para o avanço científico, o projeto também será importante para a formação de novos recursos humanos, com a concessão de bolsas de pós-doutorado”, ressaltou o coordenador.
As expectativas são promissoras, tanto em termos de produção científica quanto no avanço do conhecimento sobre a evolução da Bacia Sedimentar do Pantanal ao longo do tempo geológico.
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