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Educação e Tecnologia

Pesquisadores vão estudar potencial energético de bacia no Pantanal

Projeto receberá R$ 1,7 milhão e trará informações cruciais sobre as camadas sedimentares do bioma

Por Gabriela Couto | 29/09/2024 08:35
Imagem das áreas alagadas do Pantanal, na região da Serra do Amolar (Foto: Aguinaldo Silva)
Imagem das áreas alagadas do Pantanal, na região da Serra do Amolar (Foto: Aguinaldo Silva)

Pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) vão criar a Carta Estratigráfica da Bacia do Pantanal. O projeto coordenado pelo professor Aguinaldo Silva, do Campus do Pantanal, busca aprofundar o conhecimento sobre a geologia do bioma, além de investigar o potencial energético, os aquíferos subterrâneos e a dinâmica sedimentar da bacia.

De acordo com Silva, o grupo de pesquisa da UFMS já estuda o Pantanal há mais de duas décadas, com foco nas mudanças ambientais e nos sistemas fluviais que constituem o bioma. "A motivação para a proposição do projeto surgiu a partir da publicação da oportunidade no portal da Petrobras para elaboração de cartas estratigráficas. A Bacia do Pantanal foi incluída para sistematizar o conhecimento geológico atualizado de uma das bacias sedimentares brasileiras menos conhecidas nesse aspecto", explicou o coordenador.

O projeto receberá um aporte financeiro de R$ 1,7 milhão, da Petrobras. Esse montante será utilizado para a compra de equipamentos, concessão de bolsas, pagamento de diárias, combustíveis, passagens, além da contratação de uma empresa especializada em sondagem e recuperação de testemunhos sedimentares.

Imagem de satélite de parte do Pantanal onde será desenvolvida a pesquisa (Mosaico NASA Geocover Circas, 2000)
Imagem de satélite de parte do Pantanal onde será desenvolvida a pesquisa (Mosaico NASA Geocover Circas, 2000)

A pesquisa também conta com a colaboração de pesquisadores de outras instituições, como a UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), UNESP (Universidade Estadual Paulista) e UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas). Entre os principais nomes envolvidos estão Francisco Ladeira (UNICAMP), Mario Luis Assine (UNESP), além dos professores Hudson de Azevedo Macedo (CPan), Patrícia Colombo Mescolotti e Sandra Garcia Gabas, da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia da UFMS.

Etapas - O estudo será desenvolvido em cinco etapas, que incluem reuniões para apresentação do projeto, levantamentos bibliográficos e cartográficos, criação de um banco de dados, e trabalho de campo para identificar áreas específicas e recuperar testemunhos sedimentares. As amostras, com profundidades de até 300 metros, serão analisadas em laboratório para compor a Carta Estratigráfica final.

Francisco Ladeira (Unicamp), Mario Luis Assine (Unesp) e Aguinaldo Silva (UFMS) em trabalho no Pantanal (Foto: Divulgação)
Francisco Ladeira (Unicamp), Mario Luis Assine (Unesp) e Aguinaldo Silva (UFMS) em trabalho no Pantanal (Foto: Divulgação)

“Cada pesquisador atua em uma fase do projeto, e ao final todas as atividades serão compartilhadas para a elaboração do documento”, destacou Silva.

O projeto, com duração prevista de 18 meses, trará informações cruciais sobre as camadas sedimentares do Pantanal, permitindo uma compreensão mais detalhada sobre a evolução geológica da bacia.

Essa análise será fundamental para avaliar o potencial energético, os aquíferos subterrâneos e os efeitos da recente dinâmica sedimentar da região, marcada por mudanças na paisagem e nos rios. “Além de contribuir para o avanço científico, o projeto também será importante para a formação de novos recursos humanos, com a concessão de bolsas de pós-doutorado”, ressaltou o coordenador.

As expectativas são promissoras, tanto em termos de produção científica quanto no avanço do conhecimento sobre a evolução da Bacia Sedimentar do Pantanal ao longo do tempo geológico.

Mapa do Pantanal com as diversas planícies que constituem os sistemas deposicionais (mod. de Assine, 2015)
Mapa do Pantanal com as diversas planícies que constituem os sistemas deposicionais (mod. de Assine, 2015)

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