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Feminicídio: 53% já tiveram medo de serem assassinadas pelo namorado ou marido

Maioria das respostas da última enquete indica receio de mulheres serem vítimas deste crime

Guilherme Correia | 09/02/2022 07:54
Protesto em São Paulo pedia justiça pela morte da musicista Mayara Amaral, vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul, em 2017. (Foto: Arquivo)
Protesto em São Paulo pedia justiça pela morte da musicista Mayara Amaral, vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul, em 2017. (Foto: Arquivo)

Em enquete, o Campo Grande News perguntou às leitoras se já tiveram medo de serem assassinadas pelo namorado ou marido. O resultado escancarou dura realidade das relações de gênero que impactam no cotidiano das mulheres, como um todo, e que reverbera em larga escala, no território sul-mato-grossense.

Maior parte das respostas, 53%, são das que confirmam a hipótese de que já tiveram algum tipo de receio de perder a vida por feminicídio.

Nas redes sociais, a publicação gerou quase mil comentários, em menos de um dia, e parte considerável dos perfis são de mulheres que afirmam ter tido este medo, em algum momento.

Não são casos isolados, tampouco dezenas de respostas. Há centenas de comentários de pessoas do sexo feminino que já imaginaram ser assassinadas por aquele que se espera garantir coisas como felicidade, bem-estar ou segurança.

Uma leitora publicou que chegou a ser ameaçada pelo companheiro, o que a motivou a buscar o divórcio. Ela, que é técnica de enfermagem, diz que o contexto financeiro dificultou este processo.

"Já fui ameaçada e me separei. Demorou, porque você depende de uma hora pra outra, sair com os filhos para algum lugar. Meu salário não dá para pagar um aluguel decente. No momento, estou morando na casa da minha avó e tia."

Outro comentário ressaltou que os índices de violência de gênero têm sido expressivos, em Mato Grosso do Sul e Campo Grande. "É assustador o número de mulheres assassinadas em nossa cidade, pelo parceiro, isto é algo que precisa urgentemente ser trabalhado. Por que isso ocorre? Como resolver? Não pode ser só amparo a vítima, tem que prevenir", cobra.

Conforme reportagem do Campo Grande News, o Estado teve 34 casos de feminicídio no ano passado, com aumento em comparação com 2020 - foram 27 casos.

Até esta terça-feira (8), nove mulheres perderam a vida - uma a cada quatro dias - , em crimes que tiveram qualificadora do feminicídio, que aumenta a pena para os assassinos, envolvendo pessoas com as mais diversas idades e homicídios com diversas características..

Conforme a Constituição Federal, feminicídio é quando o assassinato envolve violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima.

Denuncie - A Central de Atendimento à Mulher pode ser acionada, por meio do disque 180, para que seja prestada uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência.

O serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgão competentes, bem como reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.

Após a feitura de boletim de ocorrência, a vítima poderá ser encaminhada a centros de acolhimento, cujo endereço será mantido em sigilo para sua segurança, e órgãos de assistência social e atendimento psicológico.

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