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Esportes

Operário fez 5 a 1 no Cruzeiro e Cocada ganhou um “não” do ídolo Nelinho

Paulo Nonato de Souza | 19/05/2015 09:24
O lateral Cocada não levou a camisa de Nelinho, mas a vitória por goleada de 5 a 1 no Cruzeiro marcou sua estreia em campeonatos brasileiros (Foto: Arquivo pessoal)
O lateral Cocada não levou a camisa de Nelinho, mas a vitória por goleada de 5 a 1 no Cruzeiro marcou sua estreia em campeonatos brasileiros (Foto: Arquivo pessoal)

Terceira rodada da segunda fase do Campeonato Brasileiro de 1981. Embalado por duas vitórias seguidas, contra o Náutico, em casa, por 2 a 1, e Ferroviário do Ceará, em Fortaleza, por 3 a 1, o Operário recebeu o Cruzeiro de Belo Horizonte no Estádio Morenão, em Campo Grande, e não tomou conhecimento do time mineiro. Venceu fácil por 5 a 1 com quatro gols do atacante Campos, que havia trocado o Atlético Mineiro pelo time campo-grandense, e um de Baianinho.

Comandado pelo lendário Carlos Castilho, o Operário tinha um time mesclado de jogadores jovens, como o lateral-direito Cocada, então com 19 anos e em início de carreira, e outros experientes, como o goleiro Neneca, campeão brasileiro pelo Guarani de Campinas em 78, Pastoril, ex-Vasco da Gama, Campos, ex-Atlético Mineiro, Kleber, ex-Cruzeiro, e Arthurzinho, ex-Fluminense. No Cruzeiro, a principal estrela era o lateral-direito Nelinho, titular da Seleção Brasileira na Copa de 78, na Argentina, considerado um dos maiores cobradores de falta do futebol mundial em todos os tempos.

Nelinho assustava, mas jogando em casa o Operário era praticamente imbatível. Mesmo assim, nem os mais otimistas dos seus torcedores poderiam imaginar aquele desfecho diante de um adversário tradicional como o Cruzeiro. Sofreu 1 a 0 logo aos 21 minutos do primeiro tempo, gol de Edmar, mas virou o placar para 2 a 1 ainda na etapa inicial com gols de Campos e Baianinho. No segundo tempo, Campos fez mais três gols e sacramentou a goleada por 5 a 1.

Naquele jogo, realizado no dia 15 de março de 81, além da vitória histórica do Operário, tive a sorte de acompanhar uma cena antológica. Eu era repórter de rádio e assim que o árbitro apitou o final da partida fui em direção ao lateral Cocada, que havia entrado no lugar do polivalente Da Silva na metade do segundo tempo.

Fiz a primeira pergunta e antes de começar a responder, Cocada pediu licença para ir ao encontro de Nelinho que vinha saindo do gramado. Claro, ele queria a camisa do ídolo para guardar de lembrança, e chegou a fazer o pedido. Só não esperava ouvir o que ouviu do cruzeirense, ainda atordoado com a derrota acachapante. Nelinho parou diante do garoto Cocada, tipo olho no olho, e respondeu a solicitação com uma pergunta direta: “Você me manda cinco nos meus cornos e ainda quer a minha camisa?” Ao dizer isso, Nelinho virou as costas e seguiu para o vestiário do Cruzeiro sem atender o pedido do fã.

NOTA – Para mostrar que a vitória por goleada em Campo Grande não foi por acaso, no jogo da volta no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, dia 4 de abril, o Operário venceu o Cruzeiro pelo placar de 3 a 1 com gols de Pastoril, Arthurzinho e Baianinho. Novamente, Edmar fez o único gol cruzeirense.

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