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Arquitetura

Cenário de fatos históricos de MS, casa icônica na Afonso Pena é demolida

Com mais de 50 anos de história, residência construída pelo ex-governador Pedro Pedrossian agora é escombros

Por Thailla Torres | 28/02/2024 11:39
Casa que foi da família Pedrossian é demolida na Avenida Afonso Pena. (Foto: Thailla Torres)
Casa que foi da família Pedrossian é demolida na Avenida Afonso Pena. (Foto: Thailla Torres)

Na principal avenida da cidade de Campo Grande, um ícone da arquitetura e da história local sucumbiu nesta semana. A histórica 'Casa do Pedrossian', na Avenida Afonso Pena, foi demolida, deixando apenas sua fachada em pé, por enquanto. A casa, que resistia como um marco da época em que a cidade acabava pouco além de seus muros, desapareceu.

Ao adentrar pela lateral na Rua Espírito Santo, quem passa se depara depara com um cenário desolador. O que antes era um símbolo de grandiosidade e história agora se resume a escombros. Parte da memória da cidade se foi, um lamento comum em Campo Grande, uma cidade que já perdeu boa parte do seu passado.

Confira a galeria de imagens:

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O imóvel, conhecido como "casa do Pedrossian", tinha uma significância única. Construído em um estilo colonial mexicano, o casarão branco na esquina da Avenida Afonso Pena com a Rua Espírito Santo era muito mais do que uma construção. Era um testemunho do tempo em que Campo Grande se expandia, carregando consigo a marca de quem a construiu e nela viveu.

Projetada nos anos 70 pelo arquiteto campo-grandense Avedis Balabanian, a casa foi erguida com detalhes pensados para agradar a esposa do então governador Pedro Pedrossian, Maria Aparecida. Com seus 2 mil metros quadrados, a residência foi palco de importantes eventos, desde recepções políticas até casamentos dos filhos do ex-governador.

O que restou da famosa lareira que dividia as salas. (Foto: Thailla Torres)
O que restou da famosa lareira que dividia as salas. (Foto: Thailla Torres)
Foto feita da mostra de arquitetura no mesmo local da lareira, em 2015. (Foto: Fernando Antunes)
Foto feita da mostra de arquitetura no mesmo local da lareira, em 2015. (Foto: Fernando Antunes)

A família Pedrossian sempre a considerou a casa mais bonita da cidade. Além de uma piscina e de um jardim central, destacava-se uma lareira no meio da sala, que era aconchegante nos invernos e um espaço para reuniões familiares. A arquitetura exibia uma mistura única de estilos, com elementos mexicanos e mediterrâneos, que atraía a atenção de eleitores e visitantes.

Desde que foi vendida em 1986, após a derrota de Pedrossian nas urnas, a casa passou por diferentes proprietários, mas nunca perdeu sua identidade na memória dos campo-grandenses. Fechada há anos, em 2015 recebeu a mostra de arquitetura "Morar mais por menos", mas permaneceu abandonada desde então, sofrendo com a degradação natural do tempo.

O que restou da cozinha no processo de demolição. (Foto: Thailla Torres)
O que restou da cozinha no processo de demolição. (Foto: Thailla Torres)
Cozinha na época da mostra de arquitetura, em 2015. (Foto: Fernando Antunes)
Cozinha na época da mostra de arquitetura, em 2015. (Foto: Fernando Antunes)

Hoje, a demolição da casa deixa mais um vazio na cidade. Enquanto os escombros são removidos, o destino do terreno de 2 mil metros quadrados permanece incerto. Ninguém soube dizer o que será construído ali.

A informação resumida é de que as madeiras, aparentemente intactas, serão realocadas para uma propriedade rural.  As madeiras vieram da fazenda Mardin, nome que homenageia uma cidade da Armênia, situada na região de Bodoquena.

Por enquanto, duas pessoas trabalham na limpeza do local, enquanto madeiras, azulejos e janelas que um dia adornaram a casa jazem no chão, lembranças mudas de um passado glorioso que não resistiu ao avançar do tempo e da negligência com a arquitetura.

O Lado B tentou falar com proprietário atual do imóvel e familiares de quem construiu a residência, mas até o fechamento desta reportagem não conseguiu contato.

Na manhã de hoje (28), o que resta é o muro da residência histórica. (Foto: Thailla Torres)
Na manhã de hoje (28), o que resta é o muro da residência histórica. (Foto: Thailla Torres)

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