Fachadas pela cidade são tomadas por arte em forma de murais
Em várias pontos de Campo Grande, colorido, muitas vezes grafitados, são intervenções artísticas urbanas
Pelas ruas da Campo Grande, é possível ver que a arte tomou as fachadas das lojas da cidade. São murais coloridos, pintados ou grafitados, em maioria feitos sob encomenda. Ainda que seja um serviço, na maioria das vezes, o artista tem total liberdade de soltar a imaginação e traduzir, em seus traços, aquilo que acha que combina melhor com o lugar.
Na Afonso Pena, esquina com a Rua Rio Grande do Sul, no Jardim dos Estados, um mural cheio de flores toma conta da fachada do prédio, que vai receber um restaurante. Quem assina a obra é o curitibano Michel Devis, de 36 anos.
“Demorou 1 dia [pra fazer]. Foram usadas 40 latas de tinta spray. O conceito foi em cima de formas orgânicas que remetem às cores do Pantanal e cultura local, assim como alguns itens da região, que simboliza essas cores vibrantes destes dois”, explicou.
A fachada do Laricas Cultural, na Rua Antônio Maria Coelho, também foi feita com grafite pelas mãos de Rafael Mareco, de 29 anos. Mareco é autor também de outras obras em comércios pela cidade, algumas delas que já apareceram aqui no Lado B, como a do pub Mr. Hoppy e do restaurante Nami Asian Food.
“Ela [Luanna Peralta, proprietária do local], me deu mais liberdade pra fazer. Foram dois ou três dias fazendo a fachada como se fosse uma parede de plantas”, comentou.
Na esquina da Rua José Antônio com a Rua Pernambuco, no Monte Castelo, mais uma surpresa colorida. No The Bar, as cores são mais vibrantes, como a ideia dos donos que abriram o negócio já pensando na diversão perdida durante os meses de pandemia.
A liberdade artística e espontaneidade foram também o que ditaram o grafite feito no portão do restaurante 280 Burguer, no Jardim dos Estados. O autor é o artista Muriel Curumex, de 36 anos. Aqui no Lado B, a arte dele já apareceu: a parede da loja de Donuts com alienígenas para “abduzir” os clientes no Vilas Boas.
Nessa, a vaquinha psicodélica foi uma ideia que surgiu na hora de pintar. “Essa foi bem legal de fazer. Eu nem sabia o que fazer ainda, cheguei e criei a ideia na hora. A vaquinha é quase que um símbolo do restaurante, e o conceito todo colorido e psicodélico foi justamente pra dar um humor na arte, algo mais despojado”, detalhou.
Reconhecida pelas intervenções urbanas em viadutos de Campo Grande, a artista Ana Ruas agora deixou sua marca no prédio da clínica médica e diagnóstica Sonimed, na Rua Arthur Jorge, no Centro. Intitulado “Jade/2021”, o mural faz parte de um projeto da empresa para valorização da arte, e tem como conceito natureza e conexão humana.
A descrição do projeto, feita em forma de cartão postal que está disponível na unidade, explica que o mural propõe uma reflexão. “Acreditamos que a arte nos auxilia no processo de silenciar para refletirmos sobre as sutilezas do mundo. A conexão das formas e cores da mãe natureza nos revela isso. Através da pintura, nos unimos às pessoas que consideram que vale a pena viver”.
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