ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, TERÇA  19    CAMPO GRANDE 27º

Consumo

Sushi vira pub alternativo com chope artesanal e menu que mata a fome

Para cliente se sentir à vontade, bar é pet friendly e tem decoração "descolada" com até gaita de fole no teto

Raul Delvizio | 23/04/2021 09:25
Do lado de fora, já é possível ver que ambiente "descolado" te convida a tomar uma (Foto: Kísie Ainoã)
Do lado de fora, já é possível ver que ambiente "descolado" te convida a tomar uma (Foto: Kísie Ainoã)
Bobinas que servem de mesa e até grafiti feito pelo campo-grandense Rafael Mareco são destaques (Foto: Kísie Ainoã)
Bobinas que servem de mesa e até grafiti feito pelo campo-grandense Rafael Mareco são destaques (Foto: Kísie Ainoã)

Antes mesmo de chegar no encontro das ruas Sete de Setembro com a Padre João Crippa, já é possível ver na esquina luzinhas penduradas, guarda sóis abertos em plena noite campo-grandense, bobinas de madeira e tambores de metal que viram mesas e até grafite "diferentão". O visual não passa despercebido, mas ainda sim surpreende quem passa por lá.

E quem está a passear com o cachorro mais ainda, quando descobre potinhos com água disponíveis para os bichinhos. O mesmo local que serve de bar agrada tanto a clientela dos chopes artesanais quanto os curiosos de plantão. Por lá, ficar à vontade é regra geral.

"Mas sempre de máscara!", brinca em tom sério Sanderson Jordenson, 31 anos, dono do pub Mr. Hoppy junto do sócio e parceiro de vida Ricardo Wolff, 34. Tão à vontade estão que os rapazes já colocaram bermuda como uniforme. E o cliente que chegar no estilo "largadão", de chinelo e camisetão, será muito bem-vindo.

Da esquerda para direita, Sanderson e Ricardo são os "ex-consumidores" que viraram a mesa para serem donos de bar (Foto: Kísie Ainoã)
Da esquerda para direita, Sanderson e Ricardo são os "ex-consumidores" que viraram a mesa para serem donos de bar (Foto: Kísie Ainoã)

"Quer vir de salto? Tá liberado. Mas quer sair de casa de 'pijamão' também e fazer um happy hoyr gostoso? À vontade. O importante é se curtir e curtir o nosso pub junto, sem pretensão alguma", afirma Sanderson.

O que antes era sushi bar virou bar de verdade. É até difícil de se descrever o interior do espaço. Por ali, escritos em lettering dão uma cara mais personalizada ao ambiente, além das diversas decorações com pegada super descolada: parede quebrada vira "manifesto" de arte ao lado de bótons escolhidos a dedo, porta-copos moldurados em painel, pôsteres e quadros que conversam com a galera nerd, gaita de fole e manequim pendurados no teto, saxofone de escultura e muita, mas muita garimpagem velha.

Ainda, até porta do banheiro virou mesa de bar, que leva banquetas uma diferente das outras para se sentar. Seja no ambiente interno ou externo, dá bem para se inspirar. "É a nossa cara. Tivemos um projeto básico mas também contamos com a liberdade de aliar nossas ideias e fazermos nossa própria decoração. Garimpando coisas, descobrimos muita 'tralha' boa que combinava perfeitamente aqui", explicam.

Bótons presos na parede e até gaita de fole pendurada no teto fazem parte da decoração (Foto: Kísie Ainoã)
Bótons presos na parede e até gaita de fole pendurada no teto fazem parte da decoração (Foto: Kísie Ainoã)
É só olhar para cima que já é possível ver essa placa gigante aos clientes "fora do mapa" (Foto: Kísie Ainoã)
É só olhar para cima que já é possível ver essa placa gigante aos clientes "fora do mapa" (Foto: Kísie Ainoã)
Saxofone e escultura de maniquem brincam no design de interior que também leve arte em lettering (Foto: Kísie Ainoã)
Saxofone e escultura de maniquem brincam no design de interior que também leve arte em lettering (Foto: Kísie Ainoã)

Antiguidades como uma caixa registradora e toca fita cassete dividem espaço com chopeiras modernas. Por lá nada de litrão, porque para os dois proprietários a bebida "sagrada" é a alcoólica do chope artesanal. "Quem quiser ostentar, melhor procurar outro lugar. O intuito daqui sempre foi fomentar o mercado cervejeiro local, aproveitando marcas de excelente qualidade que não é preciso ir muito longe para achar, pois aqui em Campo Grande mesmo já encontramos, assim como em outras cidades de diferentes estados. Não estamos falando só de chope claro e escuro, mas elas duas e tudo que está no meio", diz Ricardo.

A variedade é grande e os dois garantem que a cada semana fazem rodízio das torneiras porque nem eles aguentam "mais do mesmo". O único fixo é o chope pilsen da casa – o que mais sai – a partir de R$ 8,00 (copo de 300ml, ou a R$ 10,00 no de 440ml). Por enquanto, o total são de oito mangueiras: de red ale, passando pelo chope de vinho, sour feito com laranja e mais. Até o momento, assinaturas como Louvada, Hop Panda, Eden e as campo-grandenses Morena Bier e Canalhas estão na "seleção" semanal escrita com giz na parede do bar.

Chopes são 100% artesanais e os quitutes de bar apenas como porção individual (Foto: Kísie Ainoã)
Chopes são 100% artesanais e os quitutes de bar apenas como porção individual (Foto: Kísie Ainoã)

"Fazemos questão de explicar como funciona e quais são os diferenciais de cada chope. O cliente que tiver dúvida pode pedir uma provinha de cada, afinal o processo de conhecer seu paladar também é uma descoberta pessoal, e cada um tem o seu tipo de cerveja favorita", explica Ricardo.

O esquema do pub não é para "se encher a cara" – por mais que o custo-benefício do cardápio seja até sugestivo –, mas fazer uma escolha consciente, seja de chopes ou drinks. Para acompanhar a bebida, ao invés dos tradicionais petiscos em grupo, as porções de batata-frita (a partir de R$ 12,00, seja a clássica, rústica ou com cheddar; já a de gorgonzola por R$ 14,00), anéis de cebola (R$ 12,00) e até os hambúrgueres (a partir de R$ 10,00, todos com possibilidade de serem vegetarianos) são individuais.

Duplo bacon: hambúrguer que leva carne em cubinhos também é feito com maionese de bacon (Foto: Kísie Ainoã)
Duplo bacon: hambúrguer que leva carne em cubinhos também é feito com maionese de bacon (Foto: Kísie Ainoã)

"Risco-calculado" – Foi em plena pandemia que Sanderson e Ricardo – naturais de Cascavel, no Paraná, até então morando 1 ano e meio na capital curitibana – resolveram apostar na franquia de bar.

"Conhecemos várias unidades lá em Curitiba e simplesmente nos apaixonamos. Por mais que fôssemos mais caseiros, nosso maior costume era sair com os cachorros, dar uma volta na rua e sentar no Mr. Hoppy do nosso bairro e curtir o movimento. Claro, sempre com um chope gelado na mão", conta Sanderson.

A mesa virou quando – de consumidores – eles passaram a ser donos de bar. Na época, em 2020, colocaram na cabeça a ideia de que aquele poderia ser o futuro. Como Sanderson já tinha a prática de fazer plano de negócios para startups da tecnologia, e Ricardo o advogado atento aos contratos e "linhas finas", não foi muito difícil para tomarem a decisão. Com economias conjuntas, dinheiro emprestado aqui e acolá, vieram de mala, cuia e bar para MS.

Caixa registradora das antigas faz charme vintage no bar – garimpo dos tempo de Curitiba (Foto: Kísie Ainoã)
Caixa registradora das antigas faz charme vintage no bar – garimpo dos tempo de Curitiba (Foto: Kísie Ainoã)
"Mosaico" feito com porta-copas fica à exposição na parede para os clientes se inspirarem (Foto: Kísie Ainoã)
"Mosaico" feito com porta-copas fica à exposição na parede para os clientes se inspirarem (Foto: Kísie Ainoã)

E nem a pandemia atrapalhou o sonho agora realizado. "Já tínhamos um amigo em comum morando em Campo Grande, então resolvemos pesquisar o mercado da Capital. Conhecemos a cidade, vimos um potencial bastante plausível, e meio que nos apaixonamos. O choque cultural foi intenso, mas a beleza, a tranquilidade, e as opções legais que poderíamos também proporcionaram nos fizeram abrir uma unidade aqui", relatam.

A inauguração foi há pouco mais de 2 meses, no Carnaval. Para não dar a "má sorte" de sexta-feira, foi escolhido o sábado do dia 13 de fevereiro para abrir as portas do pub ao público campo-grandense. "Assim como amávamos o de Curitiba, agora mais ainda sermos os donos de uma unidade daqui. Todo dia é uma novidade diferente, seja as mesas, os chopes, as decorações… mas tudo tem a nossa cara", finalizam.

Observe à frente o "rasgo" na parede; assim foi o "manifesto" que os rapazes quiseram deixar como arte (Foto: Kísie Ainoã)
Observe à frente o "rasgo" na parede; assim foi o "manifesto" que os rapazes quiseram deixar como arte (Foto: Kísie Ainoã)

Como pub que é, lá não tem garçom. O cliente faz o pedido no bar, pega a bebida e já paga o valor. Caso tenha solicitado algum item de comida,  basta esperar na mesa que será entregue. Sextas e sábados é dia de música ao vivo – sempre rock e blues. Promoções acontecem praticamente quase todos os dias, de forma variada. Apenas nas terça-feiras o chope pilsen sai a R$ 5,00 (copo de 330ml) e nas sextas o drink de gin tônica por R$ 15,00.

O endereço fica na rua Padre João Crippa, 947 – Centro. Atendimento de terça a domingo, a partir das 17h (horário de fechamento varia conforme o decreto vigente).

Curta o Lado B no Facebook e no Instagram. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.

Nos siga no Google Notícias