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Artes

B Negão e Criolo fazem show de apoio aos guarani-kaiowá de MS

Paula Maciulevicius | 10/11/2015 13:04
Em agosto deste ano, em Antônio João, Guarani-Kaiowá choraram pela morte de líder Simião. (Foto: Marcos Ermínio)
Em agosto deste ano, em Antônio João, Guarani-Kaiowá choraram pela morte de líder Simião. (Foto: Marcos Ermínio)

Os guarani-kaiowá ganharam apoio de peso. Nesta quarta-feira (11), B Negão e Criolo, vestem a camisa da etnia indígena que povoa as aldeias do Sul do Estado e sobem ao palco do “MBARAETÉ – RESISTÊNCIA: Festival Povos da Terra 2015”, na Casa das Caldeiras, em São Paulo. O objetivo é chamar a atenção da sociedade contra as violações dos direitos indígenas.

Mesmo tendo garantido direito à terra pela Constituição de 1988, indígenas sofrem com ataques da bancada ruralista no Congresso e de pistoleiros no campo. Na parte política, a PEC 215 teve 21 votos favoráveis à sua aprovação na Comissão Especial que analisa a proposta. Caso seja aprovada, as atribuições de demarcação de terras indígenas passam para o Legislativo.

Nas aldeias, os ataques e violações de direitos elevam Mato Grosso do Sul a uma das situações mais graves: em agosto deste ano, em Antônio João, num ataque à Terra Indígena Ñande Ru Mangaratu, o líder Kaiowá Simião Vilhalva foi assassinado, um bebê de 1 ano foi ferido por uma bala de borracha e vários indígenas ficaram feridos. O território ocupado pelos Guarani-Kaiowá são terras com demarcação homologada, mas que emperram nas ações judicias movidas pelos fazendeiros.

Criolo sobe ao palco de festival contra a PEC 215 e a favor da demarcação das terras indígenas.
Criolo sobe ao palco de festival contra a PEC 215 e a favor da demarcação das terras indígenas.

Na programação oficial do festival, serão 12h de evento que envolve música, oficinas e palestras. Colaborativo e sem fins lucrativos, todo valor arrecadado será repassado integralmente às aldeias dos Guarani Mbya em São Paulo e às aldeias Guarani Kaiowa do Mato Grosso do Sul.

Entre os destaques do festival estão rodas de conversa com lideranças indígenas como Elizeu Lopes, da aldeia Kurusu Amba (MS), que recentemente denunciou em Washington os ataques contra o povo Guarani Kaiowa na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA). Haverá ainda palestras com a antropóloga e jornalista Tatiane Klein, do Instituto Socioambiental (ISA) e do Centro de Estudos Ameríndios da USP (CESTA-USP), Cristiano Navarro, jornalista do Le Monde Diplomatique Brasil e com Bruno Morais, Advogado (CTI). Após as 19h a Música tomará conta do espaço com apresentações de grupos de rap guarani como Oz Guarani e os HuniKuin do Acre, CRIOLO, B NEGÃO Trio e KL JAY (Dj Racionais Mcs), entre outros.

As apresentações musical começam a partir das 19h. A previsão é de que Criolo suba ao palco às 22h30, seguido de B Negão às 23h30 e DJ KL Jay à 00h30. Os ingressos custavam a partir de R$ 30,00 inteira e R$ 15,00 a meia, mais 1kg de alimento não perecível. O Festival também vai coletar celulares, de preferência com câmera, que serão doados aos indígenas como forma de registro e proteção contra as agressões que vem sofrendo.

Festival também vai coletar celulares que serão doados para que aldeias como as nossas, registram os ataques sofridos. (Foto: Marcos Ermínio)
Festival também vai coletar celulares que serão doados para que aldeias como as nossas, registram os ataques sofridos. (Foto: Marcos Ermínio)
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