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Artes

Exposição de mulheres indígenas mostra arte “sagrada” das etnias de MS

Por Thailla Torres | 10/11/2023 11:11
Mulheres com suas obras na Exposição "Elas em Corumbá – Mulheres Indígenas Artistas".
Mulheres com suas obras na Exposição "Elas em Corumbá – Mulheres Indígenas Artistas".

A Exposição "Elas em Corumbá – Mulheres Indígenas Artistas", inserida no contexto do Festival América do Sul de 9 a 12 de novembro, destaca o notável talento de mulheres dedicadas à arte no estado do Mato Grosso do Sul.

Entre as artistas em destaque está Benilda Kadwéu, cujas obras exibem a vivacidade e o grafismo distintivo de sua etnia. "Minha criação representa algumas mulheres de minha comunidade, pertencentes ao povo kadiwéu da aldeia Campina, que há muito tempo almejava essa visibilidade. Esta exposição nos proporcionou a oportunidade de trazer obras que capturam a riqueza de cores e grafismos kadiwéu, expressos pelas mãos das mulheres. O uso de tintas naturais, acrílicas e a óleo varia entre os artistas", compartilha a artista.

Aline de Souza da Silva, pertencente ao povo kaiowá-guarani, apresenta cinco obras, sendo duas delas de dimensões consideráveis, medindo 1,2 metro por 90 centímetros. "Uma delas simboliza a cosmologia de nossa cultura, pois segundo nossa cosmovisão indígena kaiowá, os anciãos afirmam que o que mais se assemelha à maravilha da criação do mundo é o ventre de uma mulher".

A artista indígena enfatiza a importância da mulher na comunidade. "Nossa sociedade é profundamente matriarcal, onde as anciãs desempenham papel crucial na orientação, uma tradição que persiste desde tempos imemoriais. No entanto, lamentavelmente, ao longo do tempo, influências patriarcais, coloniais e evangelísticas provocaram transformações que têm sido dolorosas e desafiadoras para nós. Em minhas telas, busquei resgatar essa história, incorporando elementos gráficos que representam o acolhimento. Cada obra não só possui um significado intrínseco, mas também carrega consigo um grafismo único."

Lucineide Clementino, conhecida como Sol Terena, expressa sua gratidão pela oportunidade de expor durante o Festival América do Sul. "Estamos imensamente felizes por ter a chance de exibir nossas telas. Faço parte do coletivo Grafismo Indígena, onde exploramos expressões artísticas e mensagens indígenas, inclusive estampadas em camisetas. Hoje, temos a honra de compartilhar nosso trabalho no contexto do Festival", enfatiza a artista.

O festival segue até o dia 12 de novembro, a programação completa pode ser conferida aqui.

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