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Artes

Liberdade aprisiona e peça mostra que ninguém sabe lidar com independência

O ator e diretor Espedito Di Montebranco entra em cena para apresentar o espetáculo "Esparrela" em Campo Grande

Alana Portela | 12/01/2020 08:18
O ator Espedito Di Montebranco vai entrar em cena (Foto: Vaca Azul)
O ator Espedito Di Montebranco vai entrar em cena (Foto: Vaca Azul)

Através da peça “Esparrela”, o ator e diretor Espedito Di Montebranco vai mostrar a liberdade que aprisiona. “As pessoas estão em busca da liberdade, mas quando conseguem não sabem o que fazer com ela. A gente se acostuma com as coisas do cotidiano”, afirma. A apresentação é gratuita e acontecerá no Teatral Grupo de Risco, em Campo Grande.

Serão dez dias de apresentação e acontecerá de 15 a 19 e 22 a 26 de janeiro, sempre às 20 h. A obra reflete sobre as condições de liberdade na vida e na morte, e apresenta a relação incomum entre o urubu Arquimedes e seu adestrador, Manuel.

Na história, o adestrador é expulso da cidade em que morava após uma morte drástica e, vivendo em baixo da ponte, decide aprisionar a ave para ensiná-la a dançar e assim impressionar a população de seu antigo povoado.

“Coloca o urubu em uma esparrela, tipo de arapuca, e com o tempo eles se tornam amigos. Mas, quando o adestrador morre e ela pode aproveitar a liberdade, a ave sente falta do aprisionador”, explica o ator. “Isso representa do ser humano, que luta pela liberdade, mas não sabe lidar com a independência”, compara Espedito.

O texto da peça é do dramaturgo paraibano, Fernando Teixeira e se passa no nordeste. A ideia de apresentar o espetáculo surgiu durante uma apresentação do ator, que é campo-grandense de coração, mas nordestino de nascimento. É a primeira vez que Espedito encena uma história nordestina.

“Eu sou pernambucano, ele é da paraíba, somos primos, a comida é a mesma, o ritmo é o mesmo, a caatinga é a mesma, nunca tinha feito um texto da minha região, da minha terra, do Nordeste e do agreste. Apesar de ter deixado a cidade ainda criança, o Nordeste não sai da gente”, diz.

A peça foi construída com o talento de uma equipe de peso. A sonoplastia foi operada por Claudeir Dilly e criada pelo mestre Escurinho, músico conceituado também na Paraíba. A preparação corporal de Espedito foi realizada pelo coreógrafo premiado Chico Neller e a assistência de direção é do também ator Bruno Moser.

A iluminação da peça foi criada pelo próprio Espedito e será operada por Stepheen Abrego, que há 23 anos atua na iluminação do Grupo. A equipe ainda é formada por Jurema de Castro, como contrarregra e com apoio de Giovanna Zottino, enquanto a identidade visual do projeto ficou a cargo de Helton Perez.

Serviços - O espetáculo será no Teatral Grupo de Risco, na Rua José Antônio, 2170. A classificação indicativa é 10 anos e capacidade do lugar é de 80 lugares.

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