Mestre cururueiro ‘garante’ prêmio de fotografia corumbaense
Guilherme Ambrósio venceu a categoria ‘saberes’ de concurso realizado pelo Iphan MS
Para celebrar os 30 anos do tombamento do Conjunto Histórico de Corumbá, o Iphan MS (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) criou um concurso fotográfico para valorizar os saberes, formas de expressão, celebrações, lugares, objetos e edifícios da região. E, nesta primeira edição, foi a série de Guilherme Ambrósio sobre o mestre cururueiro Sebastião Brandão que garantiu o título de primeiro lugar.
Categorizado na sessão de “saberes”, as fotografias foram feitas em janeiro deste ano, na oficina do cururueiro, como explica o fotógrafo. “Em parceria com meu amigo Tiago Antunes, ouvimos falar sobre um último mestre cururueiro no Mato Grosso do Sul que estava aqui bem perto de nós e, apesar da importância cultural que ele representa, percebemos que não estava recebendo a visibilidade devida na sua própria região”.
Tendo escolhido Sebastião, Ambrósio detalha que optou por enviar múltiplas imagens na categoria “saberes”. “Sabia que tinha fotografias de uma tradição que aos poucos está se perdendo e que não havia sido muito explorada fotograficamente, então pensei que o trabalho pudesse ter potencial para se destacar”.
Carioca, Guilherme explica que trabalha com fotografia há 12 anos e sempre se sentiu influenciado por fotógrafos documentais como Sebastião Salgado e Araquém Alcântara. Em 2017, quando se mudou para a região pantaneira, começou a criar seu próprio trabalho documental e, com o tempo, percebeu que queria ampliar a cobertura para manifestações culturais e estilo de vida da região.
“Apesar de já ter trabalhado em várias vertentes da fotografia, me considero um fotógrafo documental. É o segmento que mais me identifico e o que me permite realizar um trabalho mais consistente e aprofundado”, diz Guilherme.
Para ele, os registros documentais demandam um tempo longo de produção para, aí sim, conhecer o trabalho retratado. “Pode demorar anos para ser concluído. O Pantanal é enorme. Tanto em extensão quanto em bandeiras de ser representado e são todas essas possibilidades que busco”.
Sobre sua relação com Corumbá, o fotógrafo pontua que ele e a família encontraram a tranquilidade que precisavam para conhecer o Pantanal.
“O Pantanal é um local único no planeta, infelizmente ainda demanda grandes esforços financeiros e logísticos para ser explorado, mas é incrível. É dinâmico. Muda totalmente durante o ano com os regimes de cheias e secas”, explica.
A partir dessas mudanças, Guilherme defende que é possível ver o cotidiano sempre de formas diferentes e, assim, criar algo novo. “Absorvi muito da cultura local, isso me ajuda a entender mais o que fotografo. Costumo brincar que sou um pantaneiro em formação”.
Além de Guilherme, os outros vencedores do concurso foram Diego Freitas Lameira, Thaylla Giovana Pereira da Silva, Gustavo Fernandes Ramos, Francisco Ribeiro dos Santos e menção honrosa para Maria Eduarda Rodrigues da Silva.
Na galeria, é possível ver outras fotografias vencedoras e também algumas de Guilherme.
Confira a galeria de imagens:
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