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Artes

Sogra inspiradora leva genro a fazer filme sobre vida de domésticas

Narrativa une relatos e memórias afetivas do roteirista em filme produzido na estética do afrofuturismo

Por Idaicy Solano | 23/11/2023 07:31
Curta-metragem "Águas" conta a trajetória de Dona Janice, mulher negra de 38 anos, mãe solo e trabalhadora doméstica; história é inspirada na mãe de roteirista (Foto: Divulgação)
Curta-metragem "Águas" conta a trajetória de Dona Janice, mulher negra de 38 anos, mãe solo e trabalhadora doméstica; história é inspirada na mãe de roteirista (Foto: Divulgação)

Trajetória de mulheres da família do roteirista Raylson Chaves, que cresceram trabalhando em fazendas do Pantanal sul-mato-grossense, e as narrativas de Dona Iara - mãe do companheiro do roteirista - viraram curta-metragem que utiliza o afrofuturismo para narrar o cotidiano de uma empregada doméstica.

Segundo Raylson, o roteiro foi escrito baseado nas vivências de Dona Iara, que se conectava com os relatos ouvidos das mulheres da família dele, que trabalhavam em fazendas no interior. A partir dos relatos ouvidos, o roteirista enxergou na história delas a realidade de outras mulheres brasileiras.

 “Águas” narra a história de Dona Janice, mulher negra de 38 anos, mãe solo e empregada doméstica desde os 12 anos. A protagonista, interpretada pela atriz campo-grandense Thais Umar, vive uma rotina frenética e encontra em Jéssica (Lívia Lopes) a leveza que a vida pede e em Ayo (Guilherme Godoy) o orgulho que um filho pode trazer.

A narrativa une a história de Iara e as memórias afetivas de Raylson, de quando morava no interior, em filme produzido na estética do afrofuturismo, que nas palavras do roteirista melhor representa essas vivências.

Falar sobre afrofuturismo é pensar num futuro sem esquecer do passado, sem esquecer de onde viemos e como vamos fabular com a realidade que está posta”, diz Raylson Chaves.

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O curta foi produzido por equipe composta majoritariamente por pessoas pretas, e Raylson destaca que desde o início do projeto, a ideia era garantir a representatividade tanto na frente das câmeras quanto por trás delas. “O cinema também é um espaço político e além disso, profissionais pretos do audiovisual de Mato Grosso do Sul devem ser reconhecidos”.

O filme foi contemplado no edital de concurso artístico, 1º Prêmio Ipê de Audiovisual promovido pela Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campo Grande). “A produção sul-mato-grossense é mais uma comprovação de que o cinema no Estado resiste. Esses editais são importantes, pois fortalecem os profissionais da área”, finaliza.

O curta-metragem “Águas” será lançado no dia 14 de dezembro no Ponto Bar. Para conhecer o trabalho de Raylson e ficar por dentro de mais informações, basta acompanhar o  perfil do Instagram @aguasofilme.

Bastidores da gravação do curta-metragem "Águas" (Foto: Divulgação)
Bastidores da gravação do curta-metragem "Águas" (Foto: Divulgação)

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