Tostão e Guarany fazem 30 anos de carreira recusando convites para mudar de lado
Do auge da carreira à calmaria da agenda, com shows em cidades do interior, Adi Antônio Boniatti - o “Tostão”, e Evânio Vargas Padilha - o “Guarany”, completam 30 anos de dupla em 2013. Ainda são raiz da música sertaneja, contrariando a moda do universitário.
A vida rendeu oportunidade ao lado de Tonico e Tinoco, Milionário e José Rico, Matogrosso e Matias, Trio Parada Dura, entre outros grandes nomes nacionais. São "triunfos" para quem respeita as origens. Tostão estreou em dupla ao lado de Aurélio Miranda. Guarani era parceiro de Lígia Mourão, até que em 83 passaram a cantar juntos.
É o único mundo que os dois conhecem. Tostão aprendeu o gosto com os pais, que tinham um conjunto musical no Rio Grande do Sul. Para Guarany, o contato maior começou aos 13 anos, ao ganhar uma sanfona. Depois disso, cresceu musicalmente amparado por referências como Dino Rocha.
Os dois elegeram os anos 90 como a década do auge da carreira. Foi quando ganharam dinheiro, conquistaram fãs e firmaram nome no sertanejo. “Fizemos um pé de meia e nos calçamos até hoje”, comenta Tostão, que além de “garoto propaganda” em campanhas publicitárias em Mato Grosso do Sul, é proprietário junto com a esposa de um instituto de educação profissional.
Já Guarany, optou por continuar envolvido no meio musical e abriu uma produtora de jingles, spots, CDs e DVDs, nos fundos da própria casa.
A dupla tem 4 CDs gravados, e no dia 10, vai lançar mais um trabalho, CD e DVD ao vivo, com uma boa defasagem, foram gravados em 2008, quando completaram 25 anos de carreira.
O show vai ter churrasco dançante, ao estilo dos grandes bailes que fizeram a fama de tantas duplas e grupos regionais em Campo Grande no fim dos anos 80. Hoje, a história é mais complicada na concorrência com o arrocha e o universitário. “Fechar um cachê é complicado”, comenta Tostão.
Já surgiram inúmeras propostas para que a dupla trocasse diferente e "entrassem na moda", mas quem é de verdade, prefere não perder a coerência. “Temos identidade, e vamos preservar. A verdade é mais interessante”.
Os convites em Campo Grande ficaram menos frequentes e, na falta de locais para se apresentar por aqui, os dois buscaram o interior dos estados de São Paulo e do Paraná para preencherem a agenda de shows. “Não tem espaço, nem feira de exposição tem mais. Ninguém quer contratar”, explica Guarani, sobre o “sumiço” da dupla. “É triste saber que para fazer sucesso tem que ir para fora. Porque não fazer sucesso aqui mesmo?”
Um dos pesares dos músicos é a falta de qualidade da nova safra do sertanejo. Eles lembram que há muito tempo, para gravar um disco era preciso ter mais que dinheiro, devia existir talento. “Hoje é o contrário. Para estar no sertanejo tem que ter dinheiro. Apenas talento não basta”.
Os convites para o churrasco de 30 anos custam R$ 20,00. A festa será na Colônia Paraguaia. Para comprar, ligue 9634-9542.