Natal dos Ferreira reúne família por 3 dias em volta do "real" sentido da data
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Depois que a bisavó dos Ferreira partiu, só teve um ano que a família deixou de celebrar o Natal. Mas no ano seguinte, sentiram que não era esta a vontade de dona Amélia e então, o 25 de Dezembro passou a ter outro sentido. Ganhou proporção no tamanho e também na troca de carinho. Desde 2000, a festa acontece em chácaras, durante três dias e com direito a missa. E juntos eles agradecem pelo ano que passou e confraternizam também o lado espiritual.
O Natal chega a reunir 60 pessoas, entre família, agregados e amigos. Hoje, não tem quem não queira voltar depois de passar a ceia com os Ferreira.
A história da família começa lá atrás. Dona Amélia, a matriarca teve seis filhos e desde sempre o Natal foi na casa dela. Ceia e almoço reunindo uma turma grande em volta da mesa. "Minha mãe faleceu em agosto de 1999. Só naquele ano que a gente não se reuniu", explica a escriturária Maria Madalena Ferreira Pereira, de 57 anos.
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Quando o ano 2000 chegou no calendário, o neto de Amélia contou que havia sonhado com a avó. A mensagem que ele sentiu que recebeu deixou a família tocada. Era para que o Natal voltasse. "Aí ele alugou uma chácara para fazer o Natal dos Ferreira. Então durante o período natalino, nós todos ficamos juntos. Se o Natal é domingo, na sexta-feira todo mundo vai chegando no local", completa Maria.
Durante este tempo, a filha mais velha de Amélia, dona Vergulina Ferreira Mello, fez o curso e se tornou ministra da Igreja Católica. Nos estudos, entendeu que o Natal vai muito além da troca de presentes.
"A importância é o nascimento de Jesus. Então tem pão e vinho consagrados, a parte religioso é como uma missa, onde faço todos os ritos", explica dona Vergulina.
Os netinhos entram levando o menino Jesus até o altar, que neste ano será o neto de Maria Madalena, Bernardo, de 2 anos. De trilha sonora, as netas formaram o "Trio Ternura" e são quem puxam os cânticos.
"A hora do evangelho a gente lê e todo mundo participa. A primeira coisa que fazemos é a celebração", destacam as irmãs. São pelo menos 2h destinadas a este momento, até o Natal seguir com a ceia completa.
Os planejamentos começam com antecedência e divisão de custos. Neste ano, missa, ceia e almoço serão na casa de uma das seis filhas de Amélia, em Sidrolândia e até uma capela na casa foi erguida para isso, em devoção à Nossa Senhora de Fátima.
"O que nos une é a fraternidade, amor e fé", resume Maria Madalena. Até então, os natais da família eram baseados apenas na troca de presentes. "A gente primeiro tem que comemorar o nascimento de Jesus Cristo", corrige Vergulina.
O passo a passo começa com os cumprimentos e a recepção a todos os convidados. Sentadinhos nas cadeiras, começam as primeiras leituras e depois é aberto espaço para a partilha do que a palavra passada trouxe de lição.
"Para mim, o Natal é o renascimento e até me emociona. A gente crê num Deus, então este é um momento sublime, porque a gente vê que está vivendo em um mundo muito conturbado, onde o amor já não faz parte e o que me emociona é isso, este amor em família", explica Maria Madalena.
Dona Vergulina, quem conduz toda a missa, tenta passar a importância do Natal pelo significado pregado entre os cristãos. "Nós festejamos o nascimento de Jesus, porque ele quem uniu as famílias", afirma.
Ainda dá tempo de mudar o sentido da ceia, acredita a ministra. "Nas reuniões, você tem que participar, não é só ir lá e comer. É ter a confraternização espiritual, não só material. O presente nosso é a nossa presença, a nossa participação".
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