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Comportamento

Por cotidiano perigoso, dupla criou curso de autodefesa para LGBTQIA+

Levando em conta o preconceito, ideia é fazer com que esse público se sinta confortável para se defender

Aletheya Alves | 21/06/2023 07:06

No mês do orgulho LGBTQIA+, Arnaldo Mendonça Júnior e Ellen Duarte decidiram oferecer um curso de autodefesa especificamente para este público. Sentindo na pele o preconceito e medos diários, a personal trainer conta que a ideia é garantir que a comunidade se sinta confortável ao menos para conseguir aprender a se defender.

Apontado como o 14º estado mais perigoso para a comunidade LGBTQIA+ em dados divulgados pelo observatório Grupo Gay da Bahia, Mato Grosso do Sul faz com que ações do tipo sejam necessárias. Explicando que é bisexual, Ellen narra que enquanto conversava com Arnaldo, policial federal, instrutor de Aikido e defesa pessoal, a ideia surgiu.

“Ele deu um curso de defesa pessoal para mulheres que são policiais e ficamos pensando sobre oferecer essas aulas de uma forma menor, com 3 ou 4 aulas. A partir dessa ideia, nos ocorreu que poderíamos também fazer esse curso para a comunidade LGBT porque os dois públicos costumam ser alvos de violência”, comenta a personal trainner.

Em relação à aula ser dedicada a esse público, Ellen comenta que o principal intuito dessa exclusividade é garantir que as pessoas se sintam mais confortáveis em participar. “Acredito que tanto mulheres quanto pessoas que são LGBTQIA+ poderiam não se sentir À vontade em um ambiente de tatame e lutas caso fosse um curso para o público em geral. Por isso, me ocorreu que fazer esse curso focando na comunidade poderia ser mais atrativo para essas pessoas”.

Técnicas para, por exemplo, se livar de puxão de cabelo serão ensinadas. (Foto: Divulgação/Hevo Mídia)
Técnicas para, por exemplo, se livar de puxão de cabelo serão ensinadas. (Foto: Divulgação/Hevo Mídia)

Citando o cenário de violência e preconceito contra esse público, a personal narra que é necessário enxergar o Estado como um espaço violento. “Por conta da população em geral do País ser bastante preconceituosa, a comunidade sofre bastante dificuldade nesse sentido. Esse preconceito vem de formas mais sutis, mas não menos dolorosas. como em brincadeiras, mas também se mostra até em extremidades, como em casos de homicídios”, diz.

Sobre a dinâmica do curso, Arnaldo e Ellen explicam que a aula é dividida em linha de defesa a prevenção, controle de distância, movimentação ou esquiva e técnicas específicas. “No curso, os alunos vão aprender técnicas de socos, chutes e cotoveladas, utilização de coisas mais simples como armas para se defender como, por exemplo, canetas e revistas que são coisas que a gente tem mais à mão e podem ser utilizadas como defesa”, explica a personal trainner.

Na prática, a ideia é que as técnicas ajudem os alunos a saírem de situações envolvendo desde puxões de cabelo até tentativas de enforcamento. “Tudo isso envolve técnicas de força como soco e chute, mas também são técnicas que não envolvem tanta força, mas movimentação”, diz Ellen.

Outras edições para públicos específicos também já foram realizadas. (Foto: Divulgação/Hevo Mídia)
Outras edições para públicos específicos também já foram realizadas. (Foto: Divulgação/Hevo Mídia)

Destacando que a ideia do curso não é ensinar as pessoas a brigarem, ela também pontua que os alunos deverão sair minimamente capacitados. “Caso alguém tente bater, agredir a esses alunos violentamente, o objetivo é que essas pessoas tenham, ao menos, o mínimo de capacidade de se defender e cessar o ataque violento para fugir”.

Marcado para o próximo sábado (24), o curso de defesa pessoal para o público LGBTQIA+ irá custar R$ 100 e será oferecido entre as 8h e 11h no Espaço Heiwa Aikidojo, na Rua 13 de Maio, 4145.

Mais informações sobre as inscrições podem ser conferidas através do número (67) 99945-5045.

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