Coisa de infância, drift trike é brincadeira de adulto nas madrugadas da cidade
Quem nunca desceu a ladeira em uma carrinho de rolimã não sabe como é divertido. Por aqui, tem gente que resolveu resgatar um pouco dessa parte da infância na vida adulta e sair pelas ruas mais movimentadas da cidade em velocidade alta. O "drift trike" não é novidade, mas por aqui, a galera do esporte cresce.
Um grupo de amigos decidiu se aventurar nas madrugadas. A escolha do horário tem sentido na segurança, já que nesse horário há pouco carro na rua. "Por conta da nossa geografia, são poucos os locais para a gente descer. Não pode ser nada plano, então a gente escolhe as ruas e avenidas mais inclinadas", explica Osório Correa de Almeida, de 43 anos.
Ele e os amigos seguem profissões distintas, por isso o drift trike é apenas para diversão. "Lembra muito a nossa infância, tanto que nem tem criança, só adulto. Ao mesmo tempo que é divertido, é preciso cuidado, por isso começamos por volta das 5h da manhã", explica.
Antes do sol nascer, já está todo mundo pronto para as manobras. No entanto, é preciso disposição para subir. Para ninguém sair cansado, eles seguram em uma corda enquanto o carro puxa. Na hora de descer, basta ter coragem e encarar a velocidade.
O veículo é chamado de trike. "Muita gente fala que é carrinho de rolimã, mas na verdade é bem mais adaptado", comenta Osório. Em alguns casos, para economizar, cada um faz o trike artesanal. "A gente pega um guidão de bicicleta de um, a roda de kart de outro e vai montando, até ficar confiável para descer", explica.
Com o tempo, muita gente foi aperfeiçoando o "brinquedo". Para garantir a manobra e a derrapagem nas curvas, as rodas são revestidas com PVC.
E o investimento pode ser alto. "Uma trike artesanal pronta custa de R$ 400 a R$ 600. Já uma profissional o preço vai de R$ 1 mil a R$ 2,5 mil. Os modelos profissionais servem para fazer manobras mais elaboradas e também para correr. Algumas vem até com pedal", descreve.
Mesmo que por diversão, Osório comenta que são poucas as pessoas que conhecem e por isso decidiram montar um grupo que aos poucos vem atraindo mais gente disposta a se divertir. "A gente assistia videos e começou a praticar lá no Parque das Nações Indígenas. Mas na rua é muito mais divertido, quando algum carro passa, as pessoas gritam e as vezes até param para andar também. E a gente deixa, eu não tenho medo do meu estragar, porque foi feito pra isso", brinca.
Ele só lamenta o prejuízo e o perigo dos buracos nas ruas da cidade. "Se cair em um buraco é perigoso até quebrar o trike. Como aconteceu com o meu esses dias", revela.
Para quem deseja praticar o esporte, Osório ressalta o uso de equipamentos. "O drift trike te deixa muito próximo ao chão, cair é perigoso e por isso a gente sempre cobra os itens de segurança, como capacete, luva, joelheira e cotoveleira e uma roupa comprida", sugere.
Caso alguém queira se arriscar, o grupo se reúne aos fins de semana para as manobras. E todas as informações e experiências são divulgadas na fanpage do CG Drift Trike.
Abaixo confira um dos vídeos feitos em Campo Grande.