Cordão Valu ganha novos blocos e com mais de 500 foliões reforça sucesso
Mais de 500 foliões já estão no Cordão Valu, o mais popular de Campo Grande, para festejar o sábado de Carnaval. A novidade, em 2014, é o reforço que o cordão líder das festas de rua ganhou com a junção de novos blocos independentes de Carnaval.
A folia teve início às 14h e deve seguir até às 23h. Entre os grupos estão o “Põe na Minha Urna”, “Bloco Sujo”, “Evoé Baco”, “Linha Preta” o “Cordão da Valuzinha”, voltado para o público infantil.
Para a fundadora do Cordão Valu, Silvana Valu, os blocos independentes colaboram com o Carnaval de Campo Grande e trazem mais alegria para os dias de folia. “Esse ano cresceu muito o número de independentes, mesmo assim o tipo de música acaba selecionado o público”, diz.
Alusivo a liberação do voto feminino, o bloco Põe na Minha Urna foi criado em 2009 por um grupo de mulheres que queria pular o Carnaval. “O bloco comemora a liberação do voto feminino, comemorada em 24 de fevereiro”, explica a fundadora Márcia Ledesma, 39 anos.
Ela conta que pelo menos 120 mulheres integram o Põe na Minha Urna, que é um “bloco suprapartidário”. “Venho no Valu desde 2009 e percebo que o Carnaval de rua está se firmando em Campo Grande”, comemora.
Um dos cordões, o Língua Preta, surgiu de costumes nada sociáveis de dois amigos. O engenheiro civil Elton Guimarães, 29, brinca ao explicar a origem do nome. “Eu e uma amiga ganhamos esse apelido porque ficávamos fofocando na academia”, fala.
Daí surgiu a ideia de levar o costume da academia para o Carnaval de rua. Mesmo assim, o folião garante que nos festejos só há tempo para curtir as músicas e marchinhas.
Já Fernando Cruz, do Bloco Evoé Baco, lembra que Campo Grande possui bons espaços para o Carnaval de rua e afirma, esperançosamente, que a força da folia está voltando à Capital.
“Esse tipo de Carnaval levanta a memória da cidade, que teve um momento forte nos anos 40 e 60. O Cordão Valu se tornou esse fenômeno”, opina.
Quem costuma ir ao cordão sabe o que encontrar por lá. Música, alegria, bandas e marchinhas. Mesmo com pessoas de vários gêneros e idades, o clima é tão familiar que pais se sentem a vontade para levar os filhos para os festejos.
Esse ano, as crianças ganharam um bloco especial: o Cordão da Valuzinha. Idealizado por Simony Silvestrini, 28, o bloco surgiu de uma “reunião” no Facebook. Ela conta que a filha de sete anos queria curtir o Carnaval, mas não tinha um lugar.
“Anunciei no Facebook e começamos reunir as crianças. Fizemos um standard com identificação e colocamos crachá nas crianças, com nome dos pais e telefone de contato”, mostra.
Desta vez, o campo-grandense perdeu a timidez e tirou a fantasia do guarda-roupa. Pela Esplanada Ferroviária, local onde é realizado o Cordão Valu, os foliões utilizaram a criatividade para se enfeitar.
Na festa mais popular da cidade, tem de tudo: aeromoça, galo, padre, baiana e até as meninas super-poderosas. Fantasias convencionais também apareceram, assim como as inusitadas. Entre essas, estão dois blue man do comercial da TIM.
O terapeuta André Luiz, 30, e o professor Eduardo Espíndola, 24, decidiram inovar. “Nos vestimos assim por queríamos algo diferente. Pena que não achamos o terceiro blue man”, diz, sem dar muita importância.
A dupla virou atração no Cordão Valu e passou a ser cobiçada para fotos e vídeos. Outro que fez sucesso foi o empresário Carlos Eduardo Petengil, 47, que é cadeirante.
Fantasiado de baiana, com um vestido que cobre toda a cadeira de rodas, o empresário foi à festa vender cocadas e ainda atraiu todos os flashes de máquinas fotográficas e celulares.