Destaques, Igrejinha e Vila Carvalho são novamente principais adversárias
O segundo dia de desfiles das escolas de samba de Campo Grande foi marcado pela animação dos grêmios recreativos Unidos da Vila Carvalho e Igrejinha, que voltou ao Carnaval depois de um ano. A primeira escola a passar pela avenida do samba desfilou às 21h de ontem (4). A última, às 3h desta quarta-feira (5).
Ao todo, seis escolas de samba do Grupo Especial desfilaram no segundo dia de apresentações. A Igrejinha abriu a sequência com o samba enredo denominado de “Quando se iluminam as avenidas, o luxo, o brilho e as cores desfilam na genialidade de Valdir Gomes”.
O homenageado do grupo foi o carnavalesco Valdir Gomes, que é hor concour. Ele foi presidente da Igrejinha por dez anos. A escola fez o maior desfile da noite. Foram quatro carros alegóricos e 13 alas que contaram a história de Valdir e chamaram a atenção do público.
“Foi um desfile bem lindo e legal, por ser Campo Grande. Foram fantasias e alegorias luxuosas. Não esperava tanto”, disse a tesoureira Wiviane Andrade, 32 anos. Conforme um dos integrantes da escola, Edson Contar, a maior parte das fantasias foi confeccionada no Rio de Janeiro. “Os investimentos passam de R$ 100 mil”, revelou.
A segunda escola a entrar na passarela do samba foi a Unidos do Aero Rancho. Com o samba enredo “Do barro e da tela para a passarela, o Aero Racho vive o sonho do artista na avenida”, o grupo contou a história do artista plástico Levi Batista. As alas e carros alegóricos falaram até da Semana da Arte Moderna de 1992 e de Leonardo Da Vinci.
Além de ter as alegorias e fantasias mais simples da noite, a Unidos do Aero Rancho ainda foi prejudicada por uma falha técnica do som. Por mais da metade do desfile, o samba enredo não pode ser cantado porque o sistema sonoro não funcionou. “Mas acho que não vai afetar em nada”, disse Valda Coelho, 69, que desfilou em uma das alas. Este ano, ela saiu na avenida por três escolas de Campo Grande.
Catedráticos do Samba foi a terceira escola a passar pela avenida no último dia de desfiles de 2014. Exibindo o sonho de ser criança e do mundo mágico do “era uma vez”, a escola cantou o samba enredo “Catedráticos fazem uma viagem ao mundo dos contos e fábulas da literatura infantil”.
Personagens como Alice no País das Maravilhas, Soldadinho de Chumbo, Chapeuzinho Vermelho, Pinóquio e Cinderela passaram pela avenida do samba na Praça do Papa. O destaque da escola ficou com o abre-alas, onde um grupo fazia brincadeiras de crianças a passos coreografados de dança.
Contando a história dos deuses gregos, a Unidos do Cruzeiro passou pela avenida com o samba enredo “Da mitologia grega à passarela do samba. Os deuses gregos no Carnaval brasileiro”. Reeditado, o enredo, apresentado em 2003, recebeu nova roupagem para retornar em 2014.
Mais uma vez, o abre-alas foi o destaque de uma escola. Sátiros, seres da mitologia grega que são metade humano e metade bode, em danças sensuais, fizeram a abertura do desfile que exibiu divindades como Zeus, Atena, Dionísio, Poseidon, Apolo, Hades e Afrodite.
Deixa Falar foi a quinta escola a desfilar. O tema escolhido por eles foi “Aquarela pantaneira, uma viagem a céu aberto” com a intenção de contar um pouco sobre o Pantanal, parte do bioma sul-mato-grossense. O olhar sobre a natureza pantaneira levou peões boiadeiros e índios guaicurus e kádiweus à passarela do samba.
Campeã do Carnaval 2013, a Unidos da Vila Carvalho encerrou a noite de apresentações. O destaque foi a elegância e produção das fantasias. Com a intenção de garantir o reinado em 2014, a escola escolheu do samba enredo “Óh minha madrinha Mangueira, sou verde e rosa de corpo, alma e coração – Carvalho e Mangueira, uma só nação”.
A homenageada da escola campo-grandense foi a Estação Primeira de Mangueira, tradicional escola de samba do Rio de Janeiro. Com as cores verde e rosa, a Vila Carvalho colocou na avenida quatro carros alegóricos e nove alas. O abre-alas, com dançarinos que lembravam os que trabalhavam em bares antigos da Cidade Maravilhosa, também se destacou.