Evento reúne quem gosta mesmo e gasta até R$ 100 mil para ter carro turbinado
Com show de rap e exposições, Parque das Nações Indígenas recebeu pela primeira vez o “Donos da Rua - Tour 2020”
No domingo de calor, o Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, foi palco para a 1ª edição do “DDR Tour 2020”, evento que reuniu curiosos e apaixonados por carros preparados, rebaixados e antigos de Mato Grosso do Sul.
A programação que começou cedo e terminou com show do rapper Hungria no fim de tarde, superou as expectativas dos organizadores. Mais de 40 mil pessoas estiveram no parque para exposição, fotografias e troca de experiência com os donos dos veículos.
De acordo com um dos organizadores, o empresário Jeferson Sandim, 38 anos, o DDR (Donos da Rua) nasceu com objetivo de reunir admiradores, colecionadores e donos de carros personalizados e que não tinham um evento de grande porte em Campo Grande.
“A ideia surgiu do que a gente via em outros estados. Não tínhamos um evento desse porte na cidade e, por isso, decidimos criar essa primeira edição. Tivemos mais de 300 inscritos com carros antigos, rebaixados e preparados para arrancadas. A ideia é tornar o encontro no calendário de eventos da Capital”.
Além disso, o encontro é uma oportunidade para romper com o preconceito, afirma o organizador. “Às vezes, cria-se um rótulo de que esse gosto é coisa de moleque. Eu sou a prova de que essa paixão não é uma fase, é um estilo de vida e gosto que eu tenho desde pequeno. Meu pai já fez varanda dificultando para eu levantar meu carro, mas, hoje, ele viu que isso não era uma coisa de moleque, é um estilo de vida”, afirma.
Dono de um Celta turbinado, o advogado Guerino Colnaghe, 27 anos, diz ser apaixonado por carros desde a infância, mas começou a investir no veículo há dois anos. “É uma paixão. Toda vez que eu entro no meu carro, parece que estou em um parque de diversão”.
Por causa do investimento pesado em carros populares, a turma da arrancada é o que mais ouve críticas no dia a dia. “Tem gente que questiona porque eu gasto tanto em carro se ele é só um Celta. Eu digo que cada um tem suas escolhas. Tem gente que gosta de viajar, eu gosto de investir no meu carro, é um hobby. Assim como um Fusca clássico é importante para alguém, o Celta é importante pra mim”, afirma o advogado.
Apaixonado por Opala, Belina, Corcel, Brasília e Rural, o motorista Humberto Brandão, 46 anos, saiu cedo de casa na companhia do amigo Marcos Oliveira, 33 anos, que veio de Rio Brilhante, só para visitar a exposição. “Eu curto carro desde jovem. Estou tentando comprar um carro antigo e espero conseguir até o final deste ano”, diz Humberto. Ao passar pelos veículos, ele pede para que ninguém ligue o carro. “Se ligar eu vou querer dar uma voltinha, fico morrendo de vontade”, diz admirado.
Preparar o motor e escolher peças de qualidade exige dinheiro, tempo e paciência, afinal, nem sempre as peças são encontradas por aqui e, quanto mais qualidade, mais investimento.
Dono de um Gol ano 2000 azul, o empresário e dono de oficina de preparação de veículos, Ícaro Pavom, de 37 anos, diz que já gastou mais de R$ 100 mil no veículo. Muita gente se assusta com o valor, mas ele não se importa. “Eu acredito que vale cada centavo investido. Sou casado, tenho minha casa e não deixo faltar nada, então, posso investir o quanto quiser nos meus carros. Não é o primeiro e nem será o último carro turbo que eu tenho”, afirma.
Com experiência no ramo de personalização de veículos, o empresário é enfático. “Para ter um carro turbo de qualidade é preciso investimento. Hoje, para começar e garantir que o carro não te deixe na mão, é preciso, no mínimo, R$ 10 mil com peças e mão de obra”, afirma.
Para o engenheiro Rodrigo Simões, de 25 anos, integrante do Opala Clube, o encontro é uma oportunidade única para a cidade e os apaixonados por carros. “Há evento para todos os estilos na cidade, mas até hoje nunca havia encontrado algo que reunisse todos os tipos de veículos. Achei fantástico. Espero que a iniciativa se torne um evento de destaque”.
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