Festival de tatuagem começa com disputa, muito realismo e homenagens a MS
Evento conta com 60 tatuadores no Tênis Clube até domingo (12)
Começou animado o primeiro festival de tatuagem da cidade. No Tênis Clube, o "Campo Grande Tattoo Fest" chegou com 60 profissionais tatuando sem parar. Com desenhos que vão do abstrato ao realista, o que não falta são cores e criatividade. Mas é preciso paciência e sorte para conseguir tatuar com o profissional famoso.
Claudia de Lima, de 33 anos, e o marido Anderson Luiz Nogueira, 43, vieram de Jardim (MS) para o festival. No primeiro estande, ela já saiu desapontada. "Vim, mas não tem mais horário para hoje". Mesmo assim, diz que não vai desistir. "Vou andar e dar uma olhada em outros profissionais. Se der tudo certo, vou fazer", conta animada.
Juntos na companhia da filha, foram de cabelos coloridos, para lembrar a personagem Arlequina, a preferida da menina. "Somos parceiros em tudo. Ela quis vir fantasiada e eu aproveitei que estou de férias da empresa que trabalho, para pintar o cabelo e curtir o festival junto com elas", conta Anderson.
De Rondonópolis, no Mato Grosso, o tatuador Thiago Muranaka, 32 anos, já encara 20 horas tatuando. "Eu fiz um desenho como base para depois finalizar com um efeito mais realista. Quando melhor, mais chances de ser a finalista".
Concentrada nos traços, Milena Valentim, de 23 anos, parece nem sentir a dor. "Incomoda um pouco, mas doi muito menos do que na costela e na panturrilha", conta. Ela escolheu o desenho de uma Medusa e Thiago colocou toda criatividade compondo a personagem da mitologia grega com uma caveira. "Eu não me importei muito com o significado, mas com o desenho em si. Sou amiga dele e achei a ideia perfeita, por isso resolvi tatuar", explica.
No estande do campo-grandense Kallel Henrique, é o realismo e a regionalidade que chamam atenção de quem acompanha de perto o trabalho. Nas costas de Nivaldo Junior, de 25 anos, a poesia de Manoel de Barros, Bugres, capivaras e a Morada dos Baís viraram traços para sempre na pele.
Acostumado com festivais fora da cidade, Kallel torce para que até o último dia seja sucesso de público. "É muito bacana porque isso daqui não é uma coisa na intenção de ganhar dinheiro, mas de reunir os profissionais e cada um conseguir mostrar o seu trabalho. Tem muita gente que não conhece e dessa forma, a gente consegue chamar atenção até de empresas e patrocinadores em cada local", afirma Kallel.
Feitos pelo tatuador Diego Bueno, a composição regional surgiu para enaltecer a cultura em Campo Grande. "É uma forma de manifestação artística também para nossa cultura que as vezes anda defasada e bom para as pessoas verem o que é importante aqui para nossa cidade. Por isso tem um pouquinho de cada", explica.
Além da tinta napele, o fetival terá shows de rock, reggae e rap, com bandas regionais. Entre as atrações confirmadas estão Ramones Cover, Covil Suburbana, Bizonhentos Punk Rock e Batalhas de Rap.
Para quem se sente confortável, haverá suspensão corporal durante a programação e no domingo, uma apresentação de teatro utilizando a técnica da suspensão. O evento também conta com barbearia, exposição de artes plásticas, bar e lanchonete.
Os profissionais ainda irão participar de competições de tatuagem nas categorias série preto e branco, colorida, aquarela, caligrafia, tribal e Maori, oriental, new school, cultural brasileira, full colors, comics, old school, portrait, preto e cinza, realismo, neo trad, free hand e fechamento.
A entrada custa R$ 40,00 inteira e R$ 20,00 meia-entrada com apresentação da carteirinha estudantil ou 1kg de alimento não perecível. Informações pela página no evento no Facebook.
Curta o Lado B no Facebook.