Forrozeiro, João festeja 101 anos com Corinthians no peito e bailão arrasta-pé
Bem lúcido e com disposição de dar inveja, ele estava bem animado dançando com a família e relembrando dos tempos de forró
Com molejo no corpo e aquela disposição de dar inveja, João Modesto comemorou a chegada dos 101 anos dançando forró ao lado da família. Bem lúcido e relembrando as histórias da época que era jovem e fazia sucesso no bailão, ele recebeu o Lado B ontem, durante a festa de aniversário e fez questão requebrar antes da entrevista para mostrar que está inteiro.
“Adoro dançar e gosto muito de forró. No meu tempo, quando eu chegava no bailão, a mulhereda batia palmas e até brigava para dançar comigo. Muitos perguntavam o que é que tinha para deixar as mulheres doidas, mas era porque dançava mesmo e elas gostavam disso”, lembra.
Ele é paraibano, mas cresceu no Ceará e após anos no nordeste resolveu se mudar para Mato Grosso do Sul, onde morou em Dourados e Campo Grande. Hoje é viúvo e o primeiro da família a chegar aos 101 anos. A cabeça do aniversariante ainda é boa, lembra de muitas coisas que viveu até aqui e para quem quer saber o segredo da longevidade, João afirma. “É ter sempre amigos e comer de tudo que tiver vontade. Comigo sempre foi assim e estou aqui, firme e forte”.
A festa foi temática e o símbolo do Corinthians tomou conta do salão e do coração do forrozeiro. “Sou corintiano roxo mesmo, sempre gostei desse time. Quando era mais novo, comprava passagem de avião e ia para os estádios de São Paulo ver o timão jogar. Fiz muito isso”, recorda.
A festança estava do jeito que o aniversariante gosta, com muito churrasco e teve até banda de forró para dar aquele “up” no sábado à noite. A família marcou presença, afinal são 7 filhos, 18 netos, 28 bisnetos e 5 tataranetos.
A filha mais velha, Antônia Modesto de Matos, estava acompanhando o pai no evento. Aos 73 anos e também bem disposta, ela conta que o pai é o alicerce da família. “Foi ele quem ensinou muitas coisas, principalmente eu dançar forró”.
Enquanto conversava, veio um flash e a lembrança logo arrancou aquele sorrisão da mais velha. “Quando tinha 10 anos, ele começou a me levar para o forró e me ensinou a dançar, isso no Ceará. Lembro que minha avó dizia assim: As filhas do João vão tudo virar rapariga”, diz dando risada.
O tempo passou e hoje o aniversariante só tem motivos para sentir orgulho do que construiu até aqui. “Quando era criança virava a noite dançando com meu pai, hoje ele não dança mais comigo porque gosta de dançar com as mulheres mais novas”, brinca.
Ana Amélia Araújo Matos tem 31 anos e é a primeira bisneta de João. Estava feliz com a festa e contou que além de dançar e torcer muito, o bisavô adora reunir a família para jogar. “Temos que sempre estar juntos, pois quer sentar na mesa e jogar baralho. Esse é o nosso passatempo. Me ensinou muito e por conta dele, sou corintiana também”.
Já Jeniffer Berwanger chegou por último na família. Casou-se com um dos netos de João, mas afirma que o aniversariante já era amigo antigo de seu avô. “Essa história começou em Vicentina – MS, eram muito próximos. Ele é a pessoa mais animada que conheço e conta várias histórias”, diz.
O aniversário estava sendo organizado há dois meses. Por ser o patriarca, todo ano a família se reúne para celebrar a vida de João. O centenário mesmo foi celebrado em grande estilo, em Dourados, com direito a bolo fake e velhinhas acesas.
Após uma noite bem agitada, com muito forró e diversão, João agora espera a chegada dos seus 102 anos, para festejar e esbanjar alegria novamente.
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