Servidores dão o pontapé inicial no Carnaval de Campo Grande
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Centenas de pessoas, em sua maioria servidores públicos, deram nesta sexta-feira (17) o pontapé inicial no Carnaval de Campo Grande com o tradicional Bloco do Fubá, na Esplanada Noroeste, em frente ao Armazém Cultural.
O bloco surgiu há cerca de 15 anos “por acaso”, explica o presidente da Fundac (Fundação Municipal de Cultura), Roberto Figueiredo. Os servidores da Fundação, que trabalhariam durante a folia, resolveram cair na farra um dia antes de seu início, começando assim a tradição.
Hoje, a festa reúne não apenas servidores municipais e estaduais, mas também foliões que começam o ‘aquecimento’ para os quatro dias de festas. É o caso de Paulo César Moreira, que trabalha na Santa Casa da Capital, ao lado de onde parte do bloco.
“É a terceira vez que venho, pois sempre vou no bloco da Santa Casa. É ótimo aqui, vim com vários amigos e recomendo”, sugere.
Além de amigos, o bloco atrai também as famílias. A servidora Nara Conte levou os filhos, de 11 e 9 anos, e o marido, Ronei Gomes, um pouco mais contido na hora da festa. “O marido é mais quieto, mas os filhos adoram. É a primeira vez que trago eles no bloco, pois eles sempre brincam carnaval na escola”, conta.
O artesão Marco Antônio Ferreira França é outro que levou a família para a folia. Há quatro anos, é frequentador assíduo do Bloco do Fubá e este ano foi de mala e cuia para a festa: esposa, neta e enteada caíram no samba.
“Sempre venho nesse bloco e vou no Carnaval de Corumbá, que é melhor que o daqui. Não é menosprezando, até porque o Carnaval daqui tem melhorado bastante”, observa.
O grupo que hoje, além dos servidores, reúne amigos e outros foliões, sai do Armazém Cultural animado pelo trio elétrico de “Michelle e Banda”. Depois, segue até a praça do Rádio Clube, onde a animação continua com a o grupo “Acontece”.
O prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PMDB), também compareceu ao lançamento do bloco ao lado de secretários e ainda arriscou alguns passos, mesmo que tímidos.
“O Carnaval de Campo Grande mostra sua força, alegria e, principalmente, sua raça”, falou, após anunciar o adiamento do primeiro dia de desfiles por conta da chuva que danificou carros alegóricos.
Protesto - A aparência séria e carrancuda destoa dos demais foliões. “Fantasiado de deputado” e trajando um terno coberto com notas de R$ 20, o militar reformado José Magalhães Filho, de 66 anos, além de curtir o Carnaval, aproveita para pregar a consciência política durante a festa.
“Sou carnavalesco do meu jeito, com minhas limitações. Por onde passo, levo essa mensagem contra a reeleição”, conta.
O militar mora em Campo Grande há 16 anos e garante: está sempre presente no Carnaval. Mesmo em uma época onde a palavra de ordem é festar, ele fala sério. “Acredito que a política não pode virar profissão”, finaliza.