CTI pediátrico tem decoração de floresta e tucano de verdade na janela
A mata atrás do Hospital Universitário em Campo Grande guarda belezas que encantam pacientes e funcionários do local. Atraídos pelas mangueiras, os visitantes mais ilustres são os tucanos da espécie araçari-castanho. Tem gente que já viu um deles, outros já viram uma dupla nas árvores, que ficam atrás do CTI (Centro de Terapia Intensiva) Pediátrico.
O araçari-castanho chama atenção por ser mais colorido do que o tucano Sul, aquele com papo branco e bico amarelo. Segundo a enfermeira Aparecida Batista de Souza, os tucanos aparecem por lá uma vez por semana. Como o CTI é cheio de janelas de vidro com insulfilm, o animal enxerga o próprio reflexo, enquanto quem está dentro aproveita apara espiar o bicho, que tem o peito amarelo, com uma faixa vermelha e no bico preto, algumas marcas amarelas, que de longe parecem dentes.
“Aqui é repleto de vidros então podemos admirar quando eles aparecem. Eles pensam que estão vendo outro animal e ficam bicando as janelas. É interessante porque dentro do CTI tem adesivos nas paredes que imitam a floresta”, conta a enfermeira, ao lembrar que as capivaras também são atração quando chegam nos fundos do hospital para comer mamão.
Araçari-castanho - Apesar de ser visto com menos frequência, o araçari é comum na área urbana da Capital, segundo a bióloga Neiva Guedes, presidente do Instituto Arara Azul e professora de prós-graduação na Uniderp.
“Ele é típico do cerrado e mais discreto do que os outros tucanos, por isso que não é tão visto, mas há muitos deles por aqui, porque a cidade tem em abundância os alimentos que precisam”, explica a bióloga. De acordo com Neiva, o araçari-castanho come frutos e sementes.
Um exemplar da espécie foi mascote do ornitólogo e naturalista alemão, Helmut Sick, que participou da Expedição Roncador-Xingu-Tapajós, com os irmãos Villas-Boas, em 1943. O bicho foi presente de um índio Kamaiurá, que chamava a ave de Tukani. Em troca, o indígena ganhou um facão.