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Meio Ambiente

Dia da Cobra: "Gaby" do Bioparque é uma das mais de 70 espécies pantaneiras

Serpente é chamada assim por ter vindo do Pará, terra da cantora de mesmo nome

Cassia Modena | 16/07/2023 11:33
Sucuri "Gaby" é uma das atrações mais populares do Bioparque Pantanal (Foto: Divulgação/Eduardo Coutinho)
Sucuri "Gaby" é uma das atrações mais populares do Bioparque Pantanal (Foto: Divulgação/Eduardo Coutinho)

Ver os movimentos da sucuri-verde "Gaby Amarantos" por trás de uma das cabines do Bioparque Pantanal, em Campo Grande, é o mais perto que muita gente vai chegar de uma serpente na vida. No Dia da Cobra, que é hoje (16), ela é o destaque das mais de 70 espécies existentes no Pantanal.

O réptil recebeu esse nome por ter sido capturada no Pará, estado onde nasceu a cantora homônima. Ter nome de artista é uma estratégia para conscientizar sobre a proteção à espécie e desmistificar ideias que desconsideram seu papel no equilíbrio ecológico.

Os guias turísticos do Bioparque Pantanal reforçam isso enquanto mostram a sucuri. “Mostramos aos visitantes a importância do papel das serpentes no ecossistema, os danos causados com sua retirada da natureza, seja por meio de tráfico ilegal de animais silvestres ou matanças desnecessárias”, explica a diretora do complexo de água doce, Maria Fernanda Balestieri.

A sucuri tem hábito predominantemente carnívoro e, por isso, é aliada no controle de populações no Pantanal e demais ecossistemas onde incide. Bióloga-chefe do Bioparque, Carla Kovalski destaca que a exterminação da espécie acarreta um desequilíbrio ecológico no meio ambiente.

Sucuri do Bioparque entre pedra e galho (Foto: Divulgação/Eduardo Coutinho)
Sucuri do Bioparque entre pedra e galho (Foto: Divulgação/Eduardo Coutinho)

 “O papel da Gaby no Bioparque é justamente desmistificar a ideia que a maioria das pessoas tem sobre as serpentes, que são animais perigosos, que atacam, que matam por prazer. A sucuri tem o hábito alimentar que é natural para o animal, e ela vai predar quando estiver com fome ou sob ameaça, uma forma de autodefesa. Exemplo disso é quando o animal está em seu habitat e as pessoas querem pegar, passar a mão, ter uma interação forçada. Ter esse animal conosco, além de contribuir com a pesquisa, ajuda a salvar outros animais”, resume a bióloga.

A sucuri - Animais da mesma espécie de "Gaby Amarantos" são conhecidos como sucuri-amarela ou sucuri pantaneira.

De acordo com características listadas pela organização SOS Pantanal, as sucuris ocorrem do Pantanal até a região Sul do Brasil e também podem ser encontradas em países vizinhos como Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai. Seu estado de conservação é vulnerável no Rio Grande no Sul, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza.

A espécie pode atingir cerca de 4 metros, sendo que as fêmeas são maiores do que os machos e podem chegar a pesar 50 quilos. Ela se alimenta, principalmente, de peixes, aves e mamíferos de pequeno a médio porte, como a capivara, por exemplo.

Guia - O guia ilustrado Serpentes do Pantanal, lançado em 2015, é um dos estudos mais completos sobre esses répteis no bioma.

Na publicação, são 75 as espécies de serpentes pantaneiras descritas e caracterizadas pelos pesquisadores brasileiros da área de Herpetologia e Ecologia, Otavio Marques, André Eterovic, Christine Strüssmann e Ivan Sazima, que assinam o guia.

Visitas - As visitas à "Gaby" e outros animais do Bioparque podem ser feitas de terça-feira a sábado, das 8h30 às 12h (entrada até às 11h) e das 13h30 às 17h30 (entrada até às 16h30). Aos feriados, o funcionamento é das 8h30 às 14h30 (entrada até 13h30).

O complexo fica na Avenida Afonso Pena, 6001, dentro do Parque das Nações Indígenas. Para visitar, é necessário agendar pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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