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Meio Ambiente

Bioparque completa um ano revelando "estrelas", como sucuri e cascudo viola

O espaço é considerado o maior aquário de água doce do mundo, com 5 milhões de litros de água

Izabela Cavalcanti | 28/03/2023 08:05
Bioparque Pantanal, localizado nas dependências do Parque das Nações Indígenas (Foto: Bruno Rezende)
Bioparque Pantanal, localizado nas dependências do Parque das Nações Indígenas (Foto: Bruno Rezende)

A obra durou anos, mas depois de concluída parece que o tempo voou e hoje o Bioparque Pantanal completa 1 ano de portas abertas em Campo Grande. O maior aquário de água doce do mundo, localizado no Parque das Nações Indígenas, se consolidou como referência em turismo mundial com respeito à preservação do meio ambiente. O local está entre os 50 destinos de viagem mais extraordinários ao redor do mundo, conforme revelou a revista TIME.

Nas redes sociais, também revelou "estrelas", como os jacarés que nadam sob olhares curiosos das crianças e a sucuri batizada de "Gaby", em homenagem à cantora paraense, Gaby Amarantos.

A cobra, de 3 metros, veio do Pará, após resgate. Acostumada com a nova casa, duas vezes por semana sai de seu tanque no circuito de aquários para tomar banho de sol.

Cobra Gaby, durante um passeio pelo sol, na reserva do Bioparque. (Foto: Divulgação))
Cobra Gaby, durante um passeio pelo sol, na reserva do Bioparque. (Foto: Divulgação))

Foram 12 meses de muitos sucessos. Além da enorme fila à espera de conhecer o lugar, as conquistas provaram a importância ambiental do espaço.

Desde a criação, já foram 38 reproduções registradas. Duas "mamães" estavam, inclusive, ameaçadas de extinção, como a que deu à luz o cascudo viola, que teve o primeiro registro de reprodução no mundo. A arraia também teve três filhotes no dia 5 de janeiro deste ano.

Cascudo viola é uma das espécies que corria o risco de extinção. (Foto: Divulgação)
Cascudo viola é uma das espécies que corria o risco de extinção. (Foto: Divulgação)

Agora a família vive no maior aquário público do Brasil e o maior laboratório de pesquisa da Ictiofauna Neotropical do mundo e com tecnologia que também surpreende, inclusive, nos detalhes. É o único aquário do País com controle de acessos e gerenciamento de sistemas automatizado.

Os 19 mil metros quadrados de área construída e 5 milhões de litros de águas abrigam, aproximadamente, 40 mil animais, sendo 355 espécies de peixes, duas espécies de répteis e uma espécie de anfíbio.

Tanque fica sobre a cabeça do visitante, dando a sensação de um fundo infinito (Foto: Edemir Rodrigues)
Tanque fica sobre a cabeça do visitante, dando a sensação de um fundo infinito (Foto: Edemir Rodrigues)

O local dispõe de 239 tanques, sendo 168 destinados exclusivamente para a pesquisa, conservação, bioeconomia e sustentabilidade. Outros 31 são de exposições, 38 ficam com animais na quarentena, um é destinado ao abastecimento e outro para reuso e descarte de efluentes.

Um dos tanques que chama bastante atenção é o que fica sobre a cabeça do visitante, dando a sensação de um fundo infinito e representa um ambiente alagado. É possível apreciar um espaço de exposição amplo com a presença de várias espécies de peixes da região amazônica.

O jacaré fica abrigado em um dos tanques de grande dimensão do Bioparque (Foto: Reprodução/ Instagram Bioparque)
O jacaré fica abrigado em um dos tanques de grande dimensão do Bioparque (Foto: Reprodução/ Instagram Bioparque)

Experiência única – Desde a inauguração, por várias vezes filas quilométricas se formaram. Isso mostra a vontade de ter uma experiência diferenciada em Campo Grande.

O aquário tem o Biotátil, espaço que possibilita que pessoas cegas e de baixa visão conheçam, por meio do tato, objetos que compõem as exposições. Eles sentem as pedras, areia, cascos, sementes e folhas.

Para incluir cada vez mais os visitantes, o local tem profissionais capacitados, intérprete de libras, banheiros adaptados, elevadores, centro de convenções com espaços reservados para cadeirantes e obesos, tanques com identificação braile, guia de visitação em braile, comunicação alternativa disponível por meio de tablets com audiodescrição e libras, bancada multimídia com computadores adaptados com software de leitor de tela, cadeiras de rodas, mapa sensorial para autistas, fila prioritária e cotas para pessoas com deficiência e idosos.

Um dos tanques do Bioparque, que abriga espécies como o cascudo, lambari e rabo de chicote (Foto: Bruno Rezende)
Um dos tanques do Bioparque, que abriga espécies como o cascudo, lambari e rabo de chicote (Foto: Bruno Rezende)

Histórico – A obra foi inaugurada no dia 28 de março de 2022, após 11 anos de espera. O custo total foi de R$ 230 milhões. Em 2019, foi anunciada a retomada como parte do Programa “Obra Inacabada Zero”.

Das 13 licitações realizadas para a finalização das obras, quatro foram concluídas e nove estavam ainda em execução naquele mês.

A cenografia dos tanques é de autoria do artista plástico, cenógrafo e ambientalista Roberto Alves Gallo, reproduzindo cada ambiente conforme pode ser visto abaixo.

Ao longo desses anos, o espaço mudou três vezes de nome. Primeiro, foi lançado como Centro de Pesquisa e de Reabilitação da Ictiofauna Pantaneira, pelo então governador André Puccinelli (MDB), mas já naquela época ganhou o apelido de Aquário do Pantanal. A obra foi deixada inacabada, inclusive, com morte de espécies por falta de conservação durante o processo.

Só no governo Reinaldo Azambuja, finalmente, abriu as portas e passou a se chamar Bioparque Pantanal.

O complexo já recebeu mais de 330 mil visitantes, desde a abertura ao público em maio de 2022; mais de 47 mil estudantes e turistas de 91 países.

Tanque de grande dimensão que representa um ambiente fluvial do Mato Grosso do Sul (Foto: Edemir Rodrigues)
Tanque de grande dimensão que representa um ambiente fluvial do Mato Grosso do Sul (Foto: Edemir Rodrigues)

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