Em risco de extinção, lobo-guará morre atropelado na BR-262 no Pantanal
Animal foi localizado pelos biólogos do Instituto do Homem Pantaneiro; corpo estava próximo ao ninho de tuiuiú
Mais uma animal ameaçado de extinção perdeu a vida para a BR-262. Um lobo-guará jovem foi localizado morto atropelado, na BR-262, no Pantanal. O registro foi feito nesta quinta-feira (20), por biólogos do IHP (Instituto do Homem Pantaneiro) quando passavam próximos ao famoso ninho de tuiuiú que fica às margens da rodovia.
O animal, que é do cerrado, raramente é avistado em áreas pantaneiras. Em poucas vezes que registraram a presença da espécie se tratava do entorno do planalto e não na planície, como foi o caso.
Para os especialistas, isso pode ser um sinal de que o carnívoro está perdendo espaço no seu habitat natural, obrigando o bicho a procurar comida em outros lugares. O cerrado é o bioma em que mais houve desmatamento e avanço de lavouras nos últimos anos.
A perda de um lobo-guará em vida livre vítima de atropelamento é considerada extremamente grave, já que a espécie é considerada em estado de vulnerabilidade pela lista vermelha do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e em risco de extinção.
Perda dupla – No mesmo dia, a PMA (Polícia Militar Ambiental) foi comunicada de um outro animal ameaçado de extinção morto na mesma rodovia. Uma onça-pintada foi atropelada e não resistiu aos ferimentos após colidir com um veículo na BR-262, no trecho entre Miranda e Corumbá.
Este é o segundo registro de onça-pintada morta em 2023 na rodovia que corta o Pantanal. Ou seja, em quatro meses, dois indivíduos foram retirados do bioma e com isso seu material genético deixa de circular, impactando na continuidade da espécie.
Conforme levantamento feito pelo IHP desde 2016, esta é a 18º onça-pintada encontrada morta atropelada na rodovia entre Miranda e Corumbá.
O alerta para os motoristas é para andar dentro da velocidade permitida da via, com cuidado redobrado principalmente no trecho que corta o Pantanal. Em áreas próximas a pontes, onde tem rios e alagados, o fluxo da fauna é ainda mais intenso.
Também é preciso andar mais devagar durante o período noturno, quando os animais estão mais ativos dentro da planície.