Maior da América Latina, hospital atenderá 250 animais silvestres/mês
Capacidade inicial de atendimento foi anunciada na inauguração; previsão é que trabalhos se iniciem amanhã
Conquista histórica para a biodiversidade brasileira, a inauguração do maior hospital veterinário de animais silvestres da América Latina, situado em Campo Grande, deverá começar com capacidade de atender 250 animais por mês. Inaugurado nesta quinta-feira (14), foi informado que a unidade estará em funcionamento a partir de amanhã.
Batizado de "Ayty" - palavra tupi-guarani que significa ninho, cuidado, aconchego - o hospital prevê o tratamento também dos mais de 2,5 mil animais já atendidos no local.
Conforme anunciado anteriormente, serão destinados, ao menos, 10 profissionais que trabalham atualmente no Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), entre médicos, biólogos, técnicos e tratadores. Esse número deve aumentar, posteriormente.
Com início das obras em julho de 2020 e um investimento total que ultrapassa a marca de R$ 6 milhões, incluindo equipamentos, o hospital terá como primeiro diretor nomeado o veterinário do Cras Lucas Cazati.
Ao Campo Grande News, ele destaca a importância do espaço e que há resultados positivos de tratamento, por meio do centro cirúrgico mais equipado, que pode aumentar o número de reabilitação dos animais da biodiversidade sul-mato-grossense, a maior do país, segundo ele.
“Temos sala de emergência, sala de imagens, impressora 3D para confecção de próteses, pós-operatório. Vai garantir uma sobrevida maior aos animais e também o hospital vai melhorar a questão ao estudo das espécies ameaçadas e permitir parcerias com as universidades, como o estudo com onças pintadas, que atualmente estão em alto risco de vulnerabilidade."
Uma das características do hospital é a presença de banco genético que abrigará equipamentos de armazenamento de informações dos animais, garantindo a preservação de dados essenciais para a conservação das espécies.
Além disso, o hospital será habilitado para oferecer programas de pós-graduação em Medicina Veterinária de animais silvestres na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), com possibilidade de residência para os alunos da instituição.
O diretor do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), André Borges, explica que o Cras, ativo há 36 anos, antes precisava de parcerias para realizar cirurgias, o que prejudicava os animais em processo de reabilitação. “Agora, veremos um salto significativo no atendimento, com uma equipe ampliada de veterinários e parcerias com o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]".
Além de atender 250 animais por mês, a meta é melhorar o atual índice de reabilitação e reintrodução, atualmente em 70%. A partir de agora, também haverá capacitação para equipes envolvidas no resgate de animais em situações críticas, como atropelamentos, por meio de parcerias com grupos especializados de resgate.
Investimentos - De acordo com informações do Governo do Estado, o complexo contém 1,1 mil metros quadrados de área construída e concentra todos os atendimentos, como triagem, exames, atendimento clínico, cirurgias e reabilitação.
Segundo a médica veterinária Aline Duarte, coordenadora do Cras, haverá parcerias com a PMA (Polícia Militar Ambiental), que encaminha animais de diversas regiões de Mato Grosso do Sul para a Capital.
Por fim, outros projetos estão em andamento no Estado - em Corumbá, é construído Ceta (Centro Especializado de Triagem de Animais Silvestres), em parceria com a prefeitura, e em Três Lagoas, haverá outra unidade do mesmo centro, em colaboração com o Governo Estadual e empresas da região.
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