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Meio Ambiente

MS já aplicou R$ 54 milhões em multas, mas não recebeu nenhum centavo

Em balanço sobre incêndios, Estado afirma que já identificou responsáveis por começo de focos desde 2020

Por Gabriela Couto e Fernanda Palheta | 04/07/2024 08:57
MS já aplicou R$ 54 milhões em multas, mas não recebeu nenhum centavo
Secretário de Estado de Meio Ambiente, Jaime Verruck, durante explicações do boletim semanal Operação Pantanal (Foto: Reprodução)

O segundo boletim semanal Operação Pantanal de Mato Grosso do Sul, divulgado na manhã desta quinta-feira (4), confirmou que ainda há seis áreas ativas de combate no momento. Elas estão no norte de Corumbá, nas regiões do Porto Sucuri e do Paraguai Mirim, e a sudeste de Corumbá, nas regiões do Buraco das Piranhas, do Rio Abobral, do rio Taquari e do Pantanal do Rio Negro.

No comparativo com o mesmo período de 2020, quando foi o maior incêndio do levantamento histórico, houve um aumento de 45,8% de focos. Até o momento 5% dos 9 milhões de hectares do bioma em Mato Grosso do Sul, foram queimados. O número representa 566.500 hectares.

Os números oficiais confirmam que 2020 foram 1.975 focos de calor, em 2023 foram 112 e neste ano já são 2.879. Para combater os incêndios em 2024, já foram empregados mais de R$ 54 milhões do governo do Estado.

No entanto, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciências Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, afirmou que esse é o mesmo montante em multas aplicadas desde janeiro de 2020, a junho de 2024.

“Já foram aplicados 94 autos de infração, que representam R$ 54 milhões em multas. Temos a estrutura de responsabilização, que vai da identificação, fato que gerou o incêndio e a emissão dos autos de infração. Eles passam por um processo administrativo de defesa. Mas até o momento, nenhum valor ainda entrou no caixa do governo. E quando isso ocorrer será usado para estrutura do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de MS) em apoio as nossas ações de prevenção”, explicou.

MS já aplicou R$ 54 milhões em multas, mas não recebeu nenhum centavo
Reprodução da tela com informações repassadas durante transmissão da live (Foto: Reprodução)

Verruck ressaltou que já apresentou ao Ministério de Desenvolvimento Regional um projeto para conseguir R$ 37 milhões para apoiar as ações e atividades de custeio. Ele voltou a enfatizar que neste momento não existe autorização de queima no Estado.

Neste momento a infraestrutura disponível é de 415 bombeiros desde janeiro, 82 brigadistas da Força Nacional, 233 brigadistas do Prevfogo do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais), 11 aeronaves e 39 veículos.

Frente fira – A queda na temperatura foi citada durante a divulgação dos dados. “Temos a previsão de uma entrada de uma frente fria nos dias 6 e 7, que ajuda no combate aos incêndios florestais. Mas a situação para a próxima semana é de aumento de temperatura”.

Há ainda a probabilidade de chuva até dia 10 de julho, mas com volume de chuva pouco significativo. “Continua a situação crítica sobre o ponto de vista das temperaturas do Pantanal. O modelo nos mostra risco de moderado a extremo (em relação a perigo de fogo)”, completou alegando que o alerta é permanente.

A tenente coronel Tatiane de Oliveira, do Centro de Proteção Ambiental, destacou a questão dos ventos para realizar o combate. “A reinversão do vento está fazendo reingnição dos focos, o que dificulta demais nosso trabalho. Quando extingue a gente percebe várias reingnições”, ponderou.

No entanto, a novidade é que o foco na região do Rio Negro foi extinto hoje e passa por fase de monitoramento. Ela ainda ressaltou a probabilidade das fumaças dos incêndios na Bolívia se aproximar do Estado e ficar sobre Corumbá.

Estatuto do pantanal O secretário explicou que participou da discussão do Estatuto do Pantanal e que neste momento existem três projetos do assunto tramitando, um no Senado e dois na Câmara dos Deputados.

“Nós acreditamos que haverá o apensamento dos projetos em um só. Vale ressaltar que os dois estados já têm suas leis próprias. Isso já cria toda uma possibilidade legal de atuação. A lei federal é importante, porque é constitucional. Sempre houver uma restrição maior de uma lei para outra é o que vale. Se a federal tiver mais restrições, por exemplo, do que a lei estadual, é a que valerá. É um mecanismo importante para a proteção do Pantanal, mas os dois estados já possuem mecanismo importantes para isso”, explicou.

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