Próxima semana pode ter calor de até 43 °C e umidade a 5%, prevê meteorologia
Previsão indica risco de mais dos incêndios florestais que já consumiram 25,4 milhões de hectares no Pantanal
“A próxima semana vai ser pior do que nos últimos dias”, diz a meteorologista Valesca Fernandes, ao expor a previsão do tempo para Mato Grosso do Sul. A temperatura máxima deve oscilar de 38ºC a 43ºC e a mínima estará em ascensão, de 22ºC a 26º nas primeiras horas do dia.
A umidade relativa do ar deve variar de 5% a 20%, abaixo até do já registrado esta semana. Ontem (3), o percentual chegou a exíguos 7% em Cassilândia, Paranaíba e Três Lagoas.
Os dados foram divulgados durante a live do Operação Pantanal, realizada semanalmente pelo governo estadual, que trata das ações para o combate aos incêndios florestais.
De acordo com Valesca, a frente fria que avança a partir de hoje até amanhã já provocou chuvas no extremo sul de MS e garoa em Miranda, esta, de 0,4 milímetros. O aumento de nebulosidade teve como consequência uma leve queda de temperatura, com probabilidade de chuva no sul, sudeste e sudoeste. As temperaturas máximas vão oscilar de 27ªC a 35ºC nesses dois dias.
Porém, na próxima semana, as altas temperaturas voltam, com baixa umidade, o cenário que favorece o aumento da ocorrência dos incêndios florestais. O mapa da Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) indica risco extremo de 4 a 9 de setembro. “Nessas condições até o combate aéreo é difícil”, disse Valesca.
O coordenador do PrevFogo/Ibama, Márcio Yule falou dos trabalhos realizados nas últimas semanas e das consequências dos incêndios: até agora, o fogo consumiu 25,47 milhões de hectares no Pantanal em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, 16,88% da área total do bioma.
Diferentemente de 2020, quando a devastação foi maior no Estado vizinho, agora, as chamas destruíram maior porção do Pantanal de MS.
Yule disse que, em 2024, o fogo chegou antes. Junho e julho eram meses de contratação e preparação das equipes, porém, este ano, os brigadistas já entraram em atividade, com incêndios registrados em Corumbá. Logo as condições se mostraram em crescente gravidade, sendo necessário o reforço do Corpo de Bombeiros e da Marinha.
“Grande problema nosso é o comportamento do fogo que tem sido extremo. Se alguém queimou lixo ou para renovar pastagem, esse fogo vai fugir do controle”, advertiu.
Yule diz que a previsão regular era de que os trabalhos se encerrassem no dia 30 de outubro, mas isso deve ser prorrogado. “Não tem data para terminar”.
A tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de proteção ambiental do
Corpo de Bombeiros falou do trabalho de resgate de animais, feito pelas equipes, como auxílio a gavião e um preá, em imagens já divulgadas anteriormente. Em uma das imagens, os bombeiros estão no trabalho de combate na região de Miranda. Atrás, um cervo corre para longe do fogo.
A tenente-coronel alerta, ainda, que o trabalho de prevenção não se restringe às áreas urbanas. Um exemplo é o fogo que atingiu Campo Grande ontem e se espalhou em áreas de quatro bairros. Hoje, o Sol vermelho na capital era a consequência dos incêndios. “Isso é sinal de poluição”.
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