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Meio Ambiente

Ministra diz que Pantanal pode sumir até o final do século

Ministra do Meio Ambiente elogiou postura do governador Eduardo Riedel (PSDB) no combate aos incêndios

Por Gabriela Couto | 04/09/2024 11:08
Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, em pronunciamento na Comissão de Meio Ambiente do Senado (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)
Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, em pronunciamento na Comissão de Meio Ambiente do Senado (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participa de uma audiência na Comissão do Meio Ambiente do Senado, nesta quarta-feira (4) para falar dos incêndios que devastam várias regiões do Brasil.

Ela destacou que a situação é agravada por uma "estiagem severa" que assola grande parte do país. De acordo com Marina Silva, a combinação entre o uso inadequado do fogo e a destruição da floresta e da biodiversidade tem gerado prejuízos irreparáveis.

"Obviamente esse não é um fator em função apenas da mudança do clima, ele é um agravante, mas é sobretudo em função de uma visão inadequada de como fazer o uso do fogo, da floresta e da biodiversidade, trazendo prejuízos irreparáveis", afirmou a ministra.

O Pantanal, um dos biomas mais ricos e complexos do mundo, está entre as áreas mais afetadas pelos incêndios e desmatamento, junto com a Amazônia. Marina Silva alertou que, se o atual padrão climático se mantiver, o Pantanal pode desaparecer até o final deste século.

"Se continuar o mesmo fenômeno em relação ao Pantanal, o diagnóstico é que poderemos perder o Pantanal até o final do século", declarou a ministra, citando fatores como baixa precipitação, alta evapotranspiração e a perda anual de cobertura vegetal.

Segundo a ministra, o Pantanal está enfrentando a maior seca dos últimos 74 anos, enquanto a Amazônia atravessa o cenário mais grave dos últimos 40 anos. Ela destacou que atualmente nove estados brasileiros estão com 100% de seus territórios em "estiagem severa", e apenas dois não vivem um cenário de seca, ainda que afetados em algum nível.

Ela aproveitou a ocasião para elogiar a ação do governador Eduardo Riedel (PSDB) no combate aos incêndios florestais em Mato Grosso do Sul, usando ele como exemplo de gestor.

 “O governador Eduardo Riedel tem uma postura exemplar. Temos trabalhado ombro a ombro. Se não fosse assim não estaríamos pelo menos empatando o jogo. Até uma semana atrás, por semana, abria-se dez frentes de combate a incêndio, isso significava mais equipe, mais intensidade das equipes, isso caiu para sete. E nós queremos que chegue a zero”.

Marina Silva ressaltou que o monitoramento atual mostra que cerca de 85% dos incêndios ocorrem em propriedades privadas, com os demais distribuídos em terras indígenas e unidades de conservação.

Ela apontou para uma preocupante correlação entre desmatamento e incêndios, mencionando o município de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, como um exemplo extremo. "Um aumento de mais de 50% do desmatamento e o município respondendo por cerca de 50% dos incêndios que assolaram o Mato Grosso do Sul", afirmou.

Recursos e Investimentos - A ministra destacou os esforços do governo federal para enfrentar a crise, mencionando o aumento de investimentos em brigadistas do Ibama e do ICMBio. No entanto, ela ressaltou que esses investimentos só foram possíveis graças aos créditos extraordinários abertos pelo governo, em resposta aos cortes orçamentários feitos pelo Congresso Nacional. "Isso significou ter que aprovar um crédito extraordinário de R$ 170 milhões", explicou Marina.

Marina Silva fez um apelo para que os parlamentares contribuam com recursos para a área no próximo ano, enfatizando que o orçamento do governo foi construído com base em dados científicos que indicavam o agravamento da situação. "Para o ano que vem é preciso que haja um esforço, e aí é um pedido, é um apelo, para além dos recursos do governo federal, quem quiser contribuir com isso que virou preocupação de todos os parlamentares", concluiu a ministra.

A situação crítica dos biomas brasileiros e a urgência de medidas mais robustas de proteção são um chamado para a união de esforços entre governo e sociedade, visando preservar o que resta do Pantanal e da Amazônia para as futuras gerações.

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