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Meio Ambiente

Após morte no Pantanal, brigadista pede socorro em evento com Marina Silva

Ministra veio à Capital para ciclo de debates sobre o Plano Clima Participativo

Por Kamila Alcântara e Caroline Maldonado | 14/08/2024 19:00
Brigadista voluntária Vera Lúcia abraça a ministra Marina Silva em evento sobre mudanças climáticas, na Capital (Foto: Osmar Veiga)
Brigadista voluntária Vera Lúcia abraça a ministra Marina Silva em evento sobre mudanças climáticas, na Capital (Foto: Osmar Veiga)

Durante evento em Campo Grande, na tarde desta quarta-feira (14), a ministra do Meio Ambiente Marina Silva destacou a gravidade dos eventos climáticos extremos que enfrentamos e o quanto isso está refletindo no Pantanal e na Amazônia. Na oportunidade, brigadista pediu socorro e lamentou a morte de homem que teve 90% do corpo queimado enquanto combatia incêndio em fazenda de Mato Grosso do Sul.

O ciclo de plenárias do Plano Clima Participativo acontece em todo país e, aqui no Estado, o Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo sediou o quarto encontro. Ainda serão realizados outras quatro reuniões para a elaboração de propostas a serem apresentadas na COP 29, no Azerbaijão.

"Estamos aqui para fazer o debate sobre o plano climático para que o Brasil possa dar uma resposta à altura da gravidade com o problema que estamos vivendo, que é aqui no estado do Mato Grosso do Sul e no estado do Amazonas, agora nós vivemos essa seca intensa e vem acompanhada de incêndios que são igualmente desafiadores", diz Marina.

Vice-governador Barbosinha (PP); secretária-geral da Presidência da República, Márcio Macêdo e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Foto: Osmar Veiga)
Vice-governador Barbosinha (PP); secretária-geral da Presidência da República, Márcio Macêdo e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Foto: Osmar Veiga)

A brigadista voluntária Vera Lúcia Batista, aproveitou a oportunidade para clamar por ajuda, expor as dificuldades enfrentadas e cobrar mais investimentos em equipamentos de segurança para a categoria. Ela mencionou a morte de Edson Genovêz, 32 anos, que teve 90% do corpo queimado no início do mês, enquanto abria um aceiro com um trator em uma fazenda no Pantanal sul-mato-grossense.

“E sou brigadista com muito amor pelo meu trabalho. A gente já combateu muito fogo já e tem pessoas que estão morrendo dentro do Pantanal. Ontem nós perdemos um amigo que morreu queimado. Nós não ganhamos nada, largamos nossas casas para atender as comunidades. Peço que nos ajude, porque nós estamos precisando da ajuda do governo”, clamou.

Brigadista voluntária Vera Lúcia Batista segura o documento com as solicitações da categoria, que atua no combate aos incêndios no Pantanal (Foto: Osmar Veiga)
Brigadista voluntária Vera Lúcia Batista segura o documento com as solicitações da categoria, que atua no combate aos incêndios no Pantanal (Foto: Osmar Veiga)

Ela entregou um documento, oficializando o pedido de ajuda, ao secretário-geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, que dedicou um minuto de silêncio e, na sequência, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está atento às necessidades dos pantaneiros. "O presidente disse que não adianta só fazer as políticas para o povo, tem que fazer as políticas públicas com o povo, que o povo sabe onde tem as suas dores, os seus anseios, as suas vontades, as suas necessidades", declarou.

Já o vice-governador José Carlos Barbosa, o Barbosinha (PP), falou sobre o Fundo Pantanal, que seria um aporte para o pagamento de serviços ambientais, previstos editais para o mês de setembro. “O fundo está construído com aporte de recursos do governo do Estado e obviamente a expectativa de que possa ser aportado também recursos internacionais daqueles que desejam contribuir para esse bioma tão importante que é o nosso Pantanal”, reforçou.

Vice-governador Barbosinha (PP), durante o Plano Clima Participativo em Campo Grande (Foto: Osmar Veiga)
Vice-governador Barbosinha (PP), durante o Plano Clima Participativo em Campo Grande (Foto: Osmar Veiga)

Plano Clima Participativo - As reuniões têm o intuito de engajar a sociedade civil no envio de propostas, tirar dúvidas sobre o processo e informar sobre as etapas da elaboração da estratégia que vai guiar a política climática do país até 2035.

A elaboração do Plano Clima é conduzida pelo CIM (Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima), integrado por representantes de 22 ministérios, pela Rede Clima e pelo Fórum Brasileiro de Mudança do Clima, e tem dois pilares principais: a redução das emissões de gases de efeito estufa e a adaptação de cidades e ambientes naturais às mudanças do clima.

Das plenárias sairão propostas que poderão ser incluídas na primeira versão do documento, que será apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP 29, no Azerbaijão, em novembro. E o resultado de todo o processo de formulação de instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima, com participação direta da sociedade civil, será apresentado na COP30, que acontece no Brasil, em Belém (PA), em novembro do ano que vem.

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