De ex-governador a cassado, qualquer um pode virar prefeito da Capital
Partidos políticos começam a se organizar e dão largada a corrida rumo a eleição que promete ser uma das mais disputadas e polêmicas da história de Campo Grande. Mesmo com 16 meses de distância do pleito, os nomes ventilados aquecem a briga eleitoral, que poderá ter de ex-governadores, deputado popular a prefeito cassado como protagonistas. Com muita envergadura política no meio, o resultado desperta apostas e qualquer um pode ganhar.
Tradicional na Capital, o PMDB decidiu repetir a estratégia de 2012 e escolher o candidato melhor cotado nas pesquisas. Se o critério valer, a tendência é lançar o ex-governador André Puccinelli (PMDB). Ele, porém, afirma e reafirma não ser candidato. Mesmo assim, é estimulado por correligionários, que não descartam ver o “mestre” no embate eleitoral.
Tradicional rival do PMDB, o PT, do ex-governador e atual deputado federal Zeca do PT, está certo de que lançará candidato. Zeca, inclusive, se colocou à disposição do partido para repetir disputa de 1996 com Puccinelli. Ele, no entanto, só aceita ir para o embate se tiver do lado o grupo do senador Delcídio do Amaral (PT).
Não menos polêmico, o prefeito cassado Alcides Bernal (PP) afirma que “tudo é possível” e mostra empolgação para entrar na corrida eleitoral. “O PP tem o propósito de disputar as eleições para prefeito e vereador em todos os municípios”, declarou. Ele, inclusive, se apressou em afastar problema jurídico.
“Meu direito político foi reconhecido pela Justiça. Inicialmente, a Justiça estadual vetou, mas recorri ao Supremo Tribunal Federal (STF) e lá o ministro Gilmar Mendes proferiu decisão de que não há o que falar em supressão de direitos políticos”, garantiu. “Posso disputar eleição para qualquer cargo”, emendou.
Com quatro eleições no currículo como o mais votado na Capital, o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) é o único pré-candidato declarado. Ele está disposto a enfrentar qualquer obstáculo para disputar à prefeitura e o maior desafio é o seu próprio partido.
O parlamentar não confia no PMDB e vai recorrer à Justiça para deixar a legenda sem o risco de perder o mandato e se tornar inelegível. Puccinelli, por sua vez, já avisou que a sigla não vai deixar barato e fará de tudo para Marquinhos pagar as sanções se sair da agremiação.
Neste sentido, o deputado tem a opção de ingressar em um partido recém-criado ou torcer para o Congresso Nacional incluir na reforma polícia janela para troca de legenda. Apadrinhado pela ex-senador Marina Silva, o Rede Sustentabilidade está prestes a ser criado e já apresentou assinaturas suficientes para sair do papel.
Além dos nomes polêmicos, a corrida eleitoral na Capital pode contar com uma mulher, com a força do Governo do Estado do seu lado. O PSDB cogita a candidatura da vice-governadora Rose Modesto. As principais lideranças tucanas são unânimes em decretar seu nome como o mais cotado. Cauteloso, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) prefere o discurso do “ainda é cedo”.